quarta-feira, 21 de julho de 2010

A descoberta da maior estrela em torno de 250 vezes maior



Astrônomos britânicos registraram a imagem do que pode ser a maior estrela do Universo. Só para se ter uma ideia, ela tem uma massa 265 vezes maior que o Sol e brilha cerca de 10 milhões de vezes mais.
Há indícios de que a superestrela pode ser uma imensa bomba celeste. Se explodir pode gerar antimatéria suficiente para alterar a dinâmica do Universo.
As imagens foram captadas pelo 'Telescópio Extremamente Grande', localizado no Chile, e que pertence a Organização Europeia para a Investigação Astronômica no Hemisfério Sul (ESO, na sigla em inglês) - que reúne 14 países. Também foram usadas informações de arquivo capturadas pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa.
Segundo a BBC, a equipe liderada pelo astrofísico Paul Crowther, da Universidade de Sheffield, calculou que a massa da estrela gigante teria sido 320 vezes maior que a do sol no momento de sua formação, ou seja, pelo menos o dobro da massa da maior estrela já encontrada.
A estrela foi batizada de RMC 136a1 e faz parte do agrupamento de estrelas jovens RMC 136a. Os astrônomos também encontraram outras estrelas imensas no agrupamento NGC 3603.
Ambos agrupamentos estelares foram apelidados de "fábricas de estrelas", já que novos astros se formam constantemente a partir da extensa nuvem de gás e poeira das nebulosas.
O NGC 3603 fica a 22 mil anos-luz do sol, na Nebulosa da Tarântula, e o RMC 136a fica em uma galáxia vizinha à nossa, a 165 mil anos-luz de distância, a Grande Nuvem de Magalhães.
Segundo o artigo publicado na revista científica 'Monthly Notices of the Royal Astronomical Society', a expectativa é de que estrelas colossais como as encontradas existam apenas durante alguns milhões anos, antes de explodirem. A existência de estrelas como essas, afirmam astrônomos, era mais comum no início do universo.

Planetas

Ainda segundo os cientistas, é pouco provável que alguma dessas estrelas venha a ter planetas orbitando a seu redor, já que demoram mais tempo para serem formados que a "curta" vida das estrelas.
Muitas das estrelas observadas têm temperatura superior a 40 mil graus centígrados - mais de sete vezes superior à temperatura do sol - além de serem dezenas de vezes maiores e milhões de vezes mais brilhantes que o astro.

"Ao contrário dos humanos, essas estrelas nascem pesadas e vão perdendo peso ao envelhecer", disse Crowther.

"Com um pouco mais de um milhão de anos, a estrela mais extrema, a RMC 136a1 já está na 'meia idade' e passou por um programa intenso de 'emagrecimento', perdendo mais de um quinto de sua massa inicial neste período, ou mais de 50 massas solares."
Se a RMC 136a1 substituísse o sol em nosso Sistema Solar, "a sua grande massa reduziria a duração de um ano na Terra para apenas três semanas e banharia o planeta em uma radiação ultravioleta incrivelmente intensa, tornando a vida impossível em sua superfíce", afirma Raphael Hirschi, da Universidade de Keele, integrante da equipe.
Estrelas como essas são extremamente raras e se formam apenas nos agrupamentos estelares mais densos.
Se houvesse algum planeta dentro do agrupamento RMC 136, o céu nunca escureceria, já que a densidade de estrelas na região é 100 mil vezes maior do que em torno do sol e muitas delas são extremamente brilhantes.
A descoberta ainda confirmou a hipótese anterior dos astrônomos, de que há um tamanho máximo para estrelas, e a RMC 136a1 levou os cientistas a estenderem este limite.

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