O Ano Internacional de Astronomia (IYA 2009), promovido a nível mundial pela União Astronómica Internacional (IAU), tem o apoio da UNESCO e pretende celebrar os 400 anos da primeira utilização do telescópio para observações astronómicas por Galileu, estando para já envolvidos mais de 130 países.
"O meu papel como coordenador global do IYA 2009 é dar enquadramento aos diversos coordenadores nacionais, que são os que realmente vão fazer com que as coisas aconteçam no terreno, mas também com os 'media-partners' e os diversos institutos e agências espalhados pelo Mundo", explicou à Lusa o responsável. "A astronomia já vive anualmente de palestras e de acções concretas com as comunidades, mas com esta iniciativa queremos mostrar uma perspectiva global de colaboração internacional na comunicação de ciência ao público em geral", referiu Pedro Russo, para quem "este ano será de facto especial". Alguns projectos satélites têm vindo a ser preparados ao longo deste último ano, como o Portal Global de Astronomia, previsto para Janeiro, mas que provavelmente só estará online em Março. "Esse portal é direccionado para o público geral, mas será especialmente interessante para os jornalistas, porque a ideia principal é agrupar todos os comunicados de imprensa, imagens, vídeos e animações, que vão saindo por vezes diariamente, de uma maneira fiável como numa agência de notícias", salientou o astrónomo planetário. "Será igualmente, uma espécie de páginas amarelas de toda a comunidade astronómica cientifica", disse. Pedro Russo começa todos os dia a trabalhar por volta das 7h30 e quando repara que o dia já lhe tomou bastante tempo, ainda se lembra - porque faz questão de trabalhar assim, afirma - que do outro lado do Mundo "há gente a acordar, e que espera receber uma resposta do coordenador mundial para o IYA 2009", tentando por isso minimizar o tempo de resposta que a preparação deste projecto obriga. Outra iniciativa que foi desenvolvida a pensar no IYA 2009, o Galileu Scope, é uma espécie de 'Magalhães' da astronomia, um telescópio que vai estar disponível para escolas, planetários e centros de ensino em todo o Mundo por cerca de oito euros. "Para além de um telescópio de observação, será um instrumento de descoberta, para ensinar física astronomia ou óptica, numa sala de aula, como ferramenta didáctica". A coordenação global do IYA 2009 é apoiada financeiramente pelas diversas instituições ligadas à astronomia, bem como pela UNESCO, estando naturalmente dependente da situação económica geral. "Temos sentido a nível das comissões nacionais, indicadores, de que houve alguns cortes a nível de financiamento na divulgação e educação da ciência, pelo que se vão reflectir em alguns programas", reconheceu Pedro Russo, mas em contrapartida, "curiosamente", a União Europeia aumentou o investimento em ciência e tecnologia para a Agência Espacial Europeia, para os próximos anos em cerca de 15 por cento. Globalmente vão acontecer eventos "quase diariamente" em vários pontos de cada país, estando a abertura oficial programada para o dia 15 de Janeiro na sede da UNESCO em Paris, onde "estarão representadas mais de 100 delegações dos diversos países, algumas personalidades e cerca de uma centena de licenciados em astronomia", salientou. Em Portugal, a abertura oficial do IYA 2009 está agendada para o dia 31 de Janeiro, na Casa da Música, no Porto, com um espectáculo da Orquestra Clássica do Porto, que irá tocar algumas "peças inspiradas em motivos astronómicos", referiu o coordenador global do Ano Internacional de Astronomia.
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