Imagens inéditas divulgadas nesta semana pela Nasa, a agência espacial americana, mostram pela primeira vez com detalhes a região de 30 Doradus, uma das maiores áreas de formação de grandes estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, próxima à Via Láctea. As imagens foram captadas pelo observatório de raios-X Chandra, que abriga o mais potente telescópio de raios-X do mundo. O supertelescópio Chandra tem uma resolução oito vezes maior e pode detectar fontes de luz 20 vezes mais fracas do que o maior telescópio anterior. As observações da 30 Doradus, também conhecida como Nebulosa de Tarântula, foram feitas ao longo de 31 horas, três vezes mais do que a observação mais longa que já havia sido feita pelo Chandra. A nebulosa está a cerca de 160 mil anos-luz da Terra, ao sul da constelação de Dorado. Ela tem uma dimensão de 800 anos luz de largura e tem uma grande claridade. Se estivesse a uma distância semelhante à da Nebulosa de Órion, que está a 1.300 anos-luz da Terra, a 30 Doradus cobriria uma área de 60 Luas cheias e sua luz seria suficientemente clara para projetar sombras à noite na Terra. O observatório de raios-X Chandra foi lançado pela Nasa em julho de 1999.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Imagens Inéditas da Região 30 Doratus
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Eco luminoso revela natureza de supernova observada em 1572
Nasa adia para maio missão de manutenção do Hubble
A Nasa adiou para 12 de maio o envio do ônibus espacial Atlantis para missão de manutenção do telescópio Hubble, informou a agência espacial americana. O lançamento estava previsto inicialmente para outubro deste ano, mas a unidade que coleta e envia dados à Terra a partir do Hubble estava defeituosa, pelo que os engenheiros ainda trabalham numa peça de reposição, segundo um comunicado. Essa missão será a última a ser enviada ao Hubble, que será substituído em 2013 por outro telescópio espacial altamente sofisticado. Lançado ao espaço há 18 anos, o Hubble revolucionou a astronomia ao permitir esquadrinhar mais profundamente o universo, sem as distorções da atmosfera terrestre e está em órbita a 575 km da Terra.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Cientistas querem que o Mundo se preocupe com os Asteróides
Um grupo de cientistas e exploradores do espaço pediu à comunidade internacional o desenvolvimento de um mecanismo global, a fim de defender o planeta de eventuais impactos de meteoritos. A solicitação ocorreu nesta terça-feira (25), em Viena, na Áustria. O relatório, intitulado "Ameaças de Asteróides: Uma Chamada para Uma Resposta Global", foi elaborado pela Associação de Exploradores do Espaço (ASSE, na sigla em inglês) e apresentado à ONU. Tecnicamente, já é possível influenciar na trajetória de um meteorito. Porém, o relatório diz que tudo depende de preparação, planejamento e de decisões tomadas a tempo. Segundo a equipe de pesquisadores, a comunidade internacional enfrenta agora o desafio de se organizar para proteger o planeta dos asteróides. "A aceleração de nosso conhecimento gera o dilema de atuar ou não", explicou em coletiva de imprensa o ex-astronauta da Nasa Russell Schweickart. O ex-astronauta é fundador e presidente do Painel Internacional sobre a Redução da Ameaça de Asteróides (IPATM), integrado por membros da ASSE e outros especialistas. Até agora, foram descobertos 6.000 objetos cósmicos próximos à Terra que com regularidade cruzam a órbita de nosso planeta. Os cientistas esperam que seu número aumente para 1 milhão por volta de 2020. Estima-se que alguns desses objetos --entre os conhecidos atualmente há um grupo de 500 a mil-- tenham um diâmetro de mais de 150 quilômetros, um tamanho que representaria uma catástrofe mundial caso impactasse contra a Terra. É o caso do famoso Apophis, um asteróide de 270 metros de diâmetro, cuja rota se direciona para o Sol, mas que passará muito perto da Terra em 2029. No entanto, o Apophis ameaça colidir com a Terra no retorno, por volta de 2036, com um efeito superior ao de milhares bombas atômicas --calcula-se que a eventual devastação causada seria cem vezes superior à do meteorito Tunguska, que em 1908 destruiu 2.000 mil hectares da Sibéria. "Como em muitos campos a nova agenda é caracterizada por um desafio institucional", explicou Walther Lichem, membro do IPATM e ex-funcionário das Nações Unidas. "Há certos órgãos que estão argumentando a favor da aplicação de bombas atômicas no espaço. Para eles, essa é a tecnologia disponível mais barata e mais efetiva. Não devemos aceitar que se desenvolva um processo de responsabilidade e de implementação de decisões fora da legalidade da comunidade internacional. Este é o desafio atual", afirma.
Magnata Russo presenteia noiva com pedaços da Lua
O russo Roman Abramovich, dono do clube de futebol inglês Chelsea, presenteou sua namorada, a ex-modelo Dasha Zhukova, 27, com uma área equivalente a cerca de 0,4 km2 na Lua. O magnata escolheu um terreno localizado no hemisfério sul do satélite. A ex-modelo poderá lidar com a área como se fosse qualquer propriedade da Terra, e terá direito a vender, deixar como herança --e até repassar o presente. O Space Settlement Institute, órgão responsável pela regulamentação das atividades na Lua, lembrou que o Tratado Sobre o Espaço Ultraterrestre, assinado em 1966, não proíbe investidores privados de adquirirem propriedades em outros planetas e satélites.
Acelerador de Partículas Americano gera partícula FANTASMA
Uma partícula elementar nunca vista nem imaginada pode ter sido detectada em um fenômeno registrado num experimento nos EUA. Apelidada pelos descobridores de "evento fantasma" num estudo divulgado às vésperas do Halloween, na semana passada, a observação foi primeiro motivo de piada. Mas agora está fazendo os cientistas quebrarem a cabeça. O fenômeno foi visto no acelerador de partículas Tevatron, do Fermilab, laboratório em Batavia (EUA). Segundo os físicos, o surgimento de um certo grupo de partículas no experimento não pode ser explicado pelo Modelo Padrão, a teoria baseada em física quântica que explica o mundo microscópico. O relato da observação ainda não passou por revisão técnica independente, mas já está sendo comentado por físicos em blogs e corredores de universidades. Segundo alguns pesquisadores, há uma chance de o fenômeno poder ser explicado pela produção da chamada matéria escura --que não emite luz nem radiação-- ou por teorias que especulam que o espaço tem mais de três dimensões. O Tevatron funciona usando ímãs para acelerar núcleos de átomos a velocidades próximas à da luz, formando raios que "trombam" uns com os outros dentro de um tubo. Nas colisões, as partículas se desintegram e transformam-se em componentes mais fundamentais da matéria: mais partículas. O que os físicos viram de estranho agora foi a produção em excesso de múons, partículas similares aos elétrons, que são produzidas em quase todas as colisões nesse tipo de experimento. Os múons detectados agora no Tevatron, porém, estavam sendo produzidos em regiões "muito distantes" do ponto de colisão das partículas --mais de 1,5 cm. Alguns desses eventos puderam ser explicados, mas ainda há uma lacuna. Talvez os múons tenham saído da desintegração secundária de uma partícula desconhecida. "No momento, somos incapazes de explicar o número e as propriedades dos eventos remanescentes, em cada qual pelo menos um potencial múon foi produzido fora do tubo do raio", afirma o estudo, assinado por cerca de dois terços dos mais de 600 pesquisadores que trabalham no CDF (Detector de Colisões do Fermilab). "Se isso estiver certo, é mesmo incrivelmente entusiasmante", diz o teórico Neal Weiner, da Universidade de Nova York. "Seria o indício físico de algo talvez mais interessante do que temos imaginado." Weiner, um dos autores de uma teoria para explicar a natureza da matéria escura no Universo, diz que já começaram a fazer contas para saber se o "fantasma" se encaixa em seu modelo. Segundo ele, porém, nada garante que uma explicação qualquer surja logo. "Mas eu ficaria entusiasmado com os dados do CDF mesmo assim." Explicações mundanas Segundo os próprios físicos que detectaram o novo fenômeno, porém, não está 100% claro se algo tão inusitado foi observado. "Ainda não descartamos uma explicação mundana para isso, e queremos deixar isso bem claro", diz Jacobo Konigsberg, porta-voz do CDF. Fora do Tevatron, também há um pouco de ceticismo. "O CDF é uma experiência de respeito, que já tem muitos anos rodando; é uma colaboração séria e com credibilidade", disse Ignácio Bediaga, do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), que leu o estudo. Segundo ele, porém, é cedo para tentar encaixar o "fantasma" em teorias com dimensões extras ou matéria escura. "Como cerca de um terço dos colaboradores não quis assinar o trabalho, significa que há uma certa insegurança sobre o próprio fenômeno", diz o físico. "Eu prefiro esperar um pouco mais."