sábado, 15 de agosto de 2009

Os paradoxos de Zenão


Pensa-se que Zenão tenha nascido cerca de 490-485 a. C., e desafiou os conceitos de movimento e de tempo através de quatro paradoxos que criaram uma certa agitação, ainda hoje visível.
As teorias do movimento estão intimamente relacionadas com as teorias sobre a natureza do espaço e do tempo. Na Antiguidade, foram defendidas duas perspectivas opostas: a hipótese do Uno, defendida por Parménides (n. 515-510 a.C.), e a dos seus adversários, que defendiam o pluralismo.
Zenão era discípulo de Parménides e tentou fazer com que os seus adversários caíssem em contradição. De facto, Zenão mostrou que examinando a questão a fundo se obtêm consequências mais absurdas partindo da hipótese da pluralidade do que da hipótese do Uno.
As hipóteses contra as quais Zenão dirigiu o seu talento destrutivo foram principalmente a da pluralidade e a do movimento, que eram indiscutivelmente aceites por todos, salvo pelos próprios Eleatas.

A questão central dos paradoxos de Zenão reside na impossibilidade de considerar segmentos de espaço e de tempo como sendo formados por uma infinidade de elementos individuais e, não obstante, separados uns dos outros, isto é, descontínuos.
Zenão sabia, evidentemente, que Aquiles podia apanhar a tartaruga, que um corredor pode percorrer o estádio, e que uma seta em voo se move. Pretendia simplesmente demonstrar as consequências paradoxais de encarar o tempo e o espaço como constituídos por uma sucessão infinita de pontos e instantes individuais consecutivos como as contas de um colar.

A solução destes paradoxos exige uma teoria como a Cantoriana, que combina a nossa noção intuitiva de pontos e acontecimentos individuais com uma teoria sistemática de conjuntos infinitos.
É o que Russel reconhece no seu livro Our Knowledge of the External World, ao defender que os paradoxos de Zenão apenas obtiveram uma resposta efectiva quando Georg Cantor desenvolveu a teoria dos conjuntos infinitos, visto que ela permite tratar conjuntos infinitos de pontos no espaço, assim como acontecimentos no tempo, como todos completos, e não simplesmente como colecções de pontos ou sucessões de instantes individuais.

O paradoxo do Estádio


É impossível atravessar o estádio; porque, antes de se atingir a meta, deve primeiro alcançar-se o ponto intermédio da distância a percorrer; antes de atingir esse ponto, deve atingir-se o ponto que está a meio caminho desse ponto; e assim ad infinitum.

Por outras palavras, se admitirmos que o espaço é infinitamente divisível e que, portanto, qualquer distância finita contém um número infinito de pontos, chegamos à conclusão de que é impossível alcançar o fim de uma série infinita num tempo finito.

Todos sabemos que é possível atravessar um estádio, ou percorrer qualquer distância finita num determinado período de tempo.
O argumento de Zenão está corretamente formulado, mas com base num pressuposto errado: o de que é impossível transpor parcelas infinitas de espaço num tempo infinito. De facto, uma coisa não pode, num tempo finito, entrar em contacto com coisas quantitativamente infinitas. No entanto, pode entrar em contacto com coisas infinitas no que diz respeito à divisibilidade porque, neste sentido, o próprio tempo é também infinito: o contacto com os infinitos é feito por meio de momentos infinitos em número.

Paradoxo Aquiles e a Tartaruga




Aquiles nunca pode alcançar a tartaruga; porque na altura em que atinge o ponto donde a tartaruga partiu, ela ter-se-á deslocado para outro ponto; na altura em que alcança esse segundo ponto, ela ter-se-á deslocado de novo; e assim sucessivamente, ad infinitum.

Deste modo, numa corrida, o perseguidor nunca poderia atingir o perseguido, mesmo que fosse mais rápido que este. A teoria do espaço que está aqui implícita é a que o supõe infinitamente divisível.
Este paradoxo, em conjunto com o do estádio, visa a desacreditação do movimento "contínuo".

A demonstração de Cantor de que a totalidade de um conjunto infinito (tal como o número de pontos do percurso) não tem de ser maior do que as suas partes (tal como os segmentos do percurso) clarifica este aspecto do paradoxo de Aquiles e a Tartaruga: Aquiles não tem de percorrer mais pontos do que a Tartaruga. Ele tem de percorrer exactamente os mesmos: um número infinito de pontos.

A questão acerca da forma como os corredores podem percorrer um número infinito de pontos numa porção finita de tempo (ou tempo dividido num número infinito de instantes) é resolvida em parte pela teoria dos irracionais de Cantor, que mostra que a soma de uma série infinita de números racionais pode ser um número finito, e em parte pela teoria da unificação do espaço-tempo de Einstein.

Paradoxo da Seta Voadora

Um objeto está em repouso quando ocupa um lugar igual às suas próprias dimensões. Uma seta em voo ocupa, em qualquer momento dado, um espaço igual às suas próprias dimensões. Por conseguinte, uma seta em voo está em repouso.

O objetivo deste argumento é provar que a seta voadora está em repouso, resultado de se admitir a hipótese de que o tempo é composto de momentos; se não admitirmos esta hipótese, a conclusão não tem viabilidade.

É fácil de ver que este argumento, ao contrário dos dois que o precederam, trata igualmente o espaço e o tempo como algo composto de mínimos indivisíveis.

O paradoxo das fileiras em movimento

O quarto argumento é o que diz respeito a duas filas de corpos, sendo cada fileira constituída por igual número de corpos do mesmo tamanho, passando uma pela outra numa pista de corridas, à medida que avançam, com igual velocidade, em direcções opostas; uma das fileiras ocupa inicialmente o espaço entre a meta e o ponto médio da pista e a outra o espaço entre o ponto médio e a posição de partida.


Legenda:
A = corpos estacionários
B = corpos que se movem de Δ para E
Γ = corpos que se movem de E para Δ
Δ = ponto de partida
E = meta
Quando a fileira dos B's e dos Γ's passam uma pela outra, o primeiro B alcança o último Γ no mesmo momento em que o primeiro Γ alcança o último B. Neste momento, o primeiro Γ passou todos os B's, enquanto que o primeiro B passou apenas metade dos A's e, por consequência, gastou apenas metade do tempo dispendido pelo primeiro Γ, uma vez que cada um dos dois leva mesmo tempo a passar por cada corpo.
De acordo com o exposto, Zenão afirma que isto:



(...) implica a conclusão que metade de um dado tempo é igual ao dobro desse tempo




O único erro do raciocínio está, uma vez mais, em considerar um pressuposto de base errado: a hipótese de que um corpo leva o mesmo tempo a passar, com igual velocidade, por um corpo que está em movimento e por um corpo do mesmo tamanho que está em repouso.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Obama recebeu os tripulantes da Apollo 11


Ao receber os astronautas da Apollo 11 como "três genuínos heróis americanos", o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a exploração espacial foi um grande impulso para a ciência, inspirando estudantes das mais diversas áreas. Obama, que era uma criança quando Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins chegaram à Lua, recebeu os três na Casa Branca ontem, no aniversário de 40 anos da chegada da Apollo 11 ao satélite. Na véspera, os astronautas veteranos pediram mais investimentos para uma viagem tripulada a Marte.
- Acho que todos nos lembramos do momento em que a Humanidade finalmente deixou de ficar restrita a este planeta e se tornou apta a explorar as estrelas - afirmou Obama. - O momento em que tivemos um de nossos passos na Lua e deixamos uma marca que está lá até hoje.
Obama relembrou de sua própria infância no Havaí, quando ficava nos ombros do avô para brincar de acenar para as cápsulas que voltavam do espaço, passando pelo Oceano Pacífico. Mas o presidente americano não aproveitou o encontro para anunciar os planos de seu governo para o espaço. No mês passado, ele pediu aos responsáveis pela Nasa uma reavaliação de todos os programas, incluindo aquele que prevê um voo tripulado a Marte a partir de 2034.
Obama conversou com a tripulação da Apollo 11 sobre os benefícios da exploração espacial, mas não mencionou em particular Marte ou a retomada das missões tripuladas à Lua. Segundo analistas, era como se, para Obama, os grandes dias da conquista espacial estivessem no passado, não no futuro.
- É justo dizer que o marco, por excelência, da exploração e da descoberta será sempre representado pelos homens da Apollo 11 - afirmou.
No domingo, num outro evento em homenagem à data, Aldrin, Collins e seis outros astronautas do projeto Apollo falaram da importância de uma missão a Marte. Collins, que ficou na nave enquanto Armstrong e Aldrin andavam na Lua, afirmou:
- Algumas vezes acho que voei para o lugar errado. Marte sempre foi o meu favorito.
Mas Obama limitou-se a renovar seu objetivo de tornar os EUA o país com o maior número de graduados do mundo em 2020.
- Uma das coisas com as quais estou comprometido como presidente é fazer com que matemática e ciência sejam legais de novo - afirmou Obama, referindo-se à importância que as viagens à Lua tiveram na divulgação científica. - Nós todos agradecemos a tudo o que vocês fizeram e esperamos que, no momento em que falamos, uma nova geração de crianças esteja olhando para o céu e decida ser o próximo Armstrong, Collins ou Aldrin. E nós garantimos que a Nasa estará lá para acolhê-los quando eles quiserem iniciar sua jornada.

Astronautas do Endeavour agora podem usar o banheiro


Depois de um dia cansativo de caminhadas no espaço, os astronautas que partiram em missão no ônibus espacial Endeavour puderam desfrutar de pelo menos um conforto: o banheiro funcionando. Enquanto os astronautas David Wolf e Thomas Marshburn trabalharam do lado de fora da Estação Espacial Internacional nesta segunda-feira, colegas de equipe faziam reparos no toalete interditado.
Com um número recorde de 13 pessoas a bordo da estação, não foi um bom momento para o cômodo principal, conectado a um sistema de reciclagem de água e urina, apresentar defeito.
Os integrantes da tripulação tiveram que usar os banheiros do lado russo da estação e do próprio ônibus espacial Endeavour.
O uso em excesso do banheiro pode ter sido a causa do problema, já que a caixa d'água não pode ser esvaziada enquanto o Endeavour está estacionado na estação. Jogar as águas residuais para fora, que é a maneira como geralmente se esvazia o , pode contaminar a área onde estão sendo realizados experimentos e que foi instalado durante a caminhada espacial de sábado.
Nesta segunda-feira, Wolf e Marshburn posicionaram uma bomba sobressalente e outro equipamento que pode ser necessário para manter a estação operacional quando ela for desativada no próximo ano.
Os tripulantes da Endeavour têm ainda três caminhadas especiais planejadas para acontecerem nos 11 dias restantes de visita à estação.
O ônibus espacial decolou no fim da tarde da última quarta-feira em uma missão para instalar uma plataforma externa do laboratório japonês na Estação Espacial Internacional, com uma equipe de sete astronautas - seis americanos e uma canadense. A missão deve durar 16 dias.

Corpo deixa cicatriz do tamanho da Terra em Júpiter após impacto


Os restos de um corpo cósmico atingiram a superfície de Júpiter, afirmaram cientistas da Nasa. O astrônomo amador da Austrália observou a nova "cicatriz" do planeta gasoso no domingo, informando o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês), que confirmou a descoberta. De acordo com os especialistas, o impacto pode ter sido provocado possivelmente por um cometa. Glenn Orton, do JPL, disse à revista "New Scientist" que também poderia ser um bloco de gelo vindo dos arredores do planeta.
O impacto ocorreu em área próxima ao pólo sul de júpiter.
- Nós tivemos muita sorte de ver Júpiter no momento, hora e lado exatos. Não poderíamos planejar melhor - comemorou Orton.
Os cientistas também não sabem o tamanho do "objeto" que atingiu Júpiter, mas a zona de impacto cobre uma superfície do tamanho da Terra, disse o astrônomo Leigh Fletcher.
É a segunda vez que os cientistas conseguem observar tal impacto em Júpiter. O primeiro ocorreu há 15 anos, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 se partiu em 21 e atingiu a atmosfera do planeta.

Eclipse Total do Sol mais longo do Século


O início da manhã desta quarta-feira foi de escuridão total para indianos e chineses. Isso por causa do mais longo eclipse total do Sol deste século. A Lua, num momento em que o satélite está muito perto da Terra, passou na frente do Sol e o astro ficou encoberto por seis minutos e 39 segundos sobre o Oceano Pacífico. Só quem vive na Ásia assistiu ao fenômeno. Não se verá um eclipse tão longo ao desta quarta-feira até 2132.
O eclipse total do Sol foi visto em uma estreita extensão de países asiáticos, onde centenas de milhões de pessoas observaram a escuridão do céu, apesar da presença de espessas nuvens de verão.
O fenômeno foi visível por um corredor de cerca de 250 quilômetros de extensão, de acordo com a Nasa, enquanto se deslocava sobre as duas nações mais povoadas do mundo, Índia e China.
As pessoas que estavam no Golfo de Jambat, na Índia, ao norte de Mumbai, foram as primeiras a presenciar o eclipse. Aos poucos, ele foi visto numa faixa que se estendeu do norte a leste de Nepal, Mianmar, Bangladesh, Butão e China.
Multidões se reuniram junto aos diques de Wuhan, uma cidade industrial na Chine central, aclamaram e se despediram enquanto a última faixa de sol desaparecia, deixando a cidade na escuridão.
Mas quem viu o eclipse da parte central da China teve mais sorte do que aqueles que tentaram observar o fenômeno nas cidades costeira perto de Xangai, onde o céu nublado e a chuva bloquearam em algumas partes a visão do Sol.
O ponto máximo do eclipse aconteceu às 6h20m na Índia (hora local), com melhor visão no povoado de Taregna, durante 3 minutos e 48 segundos. Nos últimos dias, a região foi invadida por pesquisadores interessados em saber até como o eclipse afeta o comportamento de animais e as mudanças climáticas.
- Temos esperança de fazer algumas valiosas observações sobre a formação de asteróides ao redor do Sol - disse Pankaj Bhama, da Associação de Comunicadores e Educadores para a Popularização da Ciência.
Mas nem todos estavam interessados em ver o eclipse. Enquanto milhares de indianos fizeram filas na terça-feira para comprar óculos, muitos decidiram se trancar dentro de casa e fechar as cortinas, com medo. Há quem ainda acredite que os raios invisíveis do Sol causem danos ao feto e defeitos congênitos no bebê .

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Substituição do Silício por Carbono


Deixando para trás décadas de experiência em fazer chips de computadores, engenheiros da Universidade de Princeton (EUA) desenvolveram um novo modelo, ao substituir silício por carbono em superfícies largas, abrindo espaço para novas gerações de celulares, computadores e outros componentes eletrônicos, fazendo-os mais velozes e mais poderosos.
“A indústria eletrônica levou ao limite as capacidades do silício – o material essencial a todos os chips de computadores –, e um intrigante substituto tem sido o carbono”, afirmou Stephen Chou, professor de engenharia elétrica daquela universidade. O material chama-se graphene – uma única camada de átomos de carbono organizadas em um retículo – e poderia permitir que aparelhos eletrônicos processem mais informações e produzam transmissões de rádio dez vezes melhores que os dispositivos com base de silício.
Até agora, no entanto, mudar do silício para o carbono não tem sido possível porque tecnólogos acreditavam que precisavam de graphene na mesma forma que o silício usado para fazer os chips: um único cristal com 8 a 12 polegadas de largura. A folha mais larga de cristal graphenefeita até hoje não possui mais que dois milímetros; não é grande o bastante para um único chip. Entretanto, Chou e os pesquisadores de seu laboratório perceberam que não seria necessária uma grande folha de graphene, desde que eles pudessem colocar pequenos cristais de graphenenas áreas ativas do chip, apenas. Eles desenvolveram um novo método de atingir essa meta e de demonstrá-la fazendo trabalhos de alto desempenho com transistores de graphene.
“Nossa abordagem consiste em abandonar os métodos clássicos de circuitos integrados de silício que a indústria vem usando”, disse Chou. Juntamente com o graduado Xiaogan Liang e o engenheiro de material Zengli Fu, ele publicou suas pesquisas em dezembro de 2007 na Nano Letters. A pesquisa foi financiada em parte pelo Instituto de Pesquisa Naval dos EUA.
Nesse novo método, os pesquisadores fizeram uma marca especial, que consiste em um array de pequenos pilares achatados no topo, cada um com um décimo de milímetro de largura. Eles pressionam os pilares contra um bloco de grafite (carbono puro), cortado em folhas finas de carbono, que grudam nos pilares. A marca é então removida, afastando algumas camadas atômicas de graphene. Finalmente, a marca é alinhada e pressionada contra uma folha larga, deixando os sinais de grapheneprecisamente onde os transistores serão construídos.
“A técnica é como impressão”, explicou Chou. Ao repetir o processo usando diversas formas de marcas (os pesquisadores também fizeram tiras, ao invés de pilares redondos), todas as áreas ativadas por transistores são cobertas com um único cristal de graphene.
“Anteriormente, cientistas estavam aptos a descascar folhas de graphenedos blocos de grafite, mas não tinham controle sobre o tamanho e localização das peças quando os colocavam em uma superfície”, disse Chou.
Uma inovação que tornou a técnica possível foi cobrir a marca com um material especial que colasse no carbono quando está frio e descolasse quando está quente, permitindo que a mesma marca grude e solte o graphene.
O laboratório de Chou avançou mais um degrau e construiu transistores – pequenos botões on/off – em seus cristais impressos de graphene. Seus transistores tiveram alto desempenho: eles eram dez vezes mais rápidos que os transistores de silício para mover “buracos eletrônicos” – um padrão de medição de velocidade.
“A nova tecnologia poderia ter uso quase imediato em rádios eletrônicos, celulares e outros aparelhos wireless que requeiram alta potência de rendimento”, disse Chou. “Dependendo do nível de interesse da industria, a técnica pode ser aplicada à comunicação sem-fio em poucos anos”, completa. “O que nos temos feito é mostrar que essa tecnologia é factível, devemos seguir em frente”.

Nasa adia lançamento de Endeavour pela quinta vez

A Nasa adiou novamente, nesta segunda-feira, o lançamento do ônibus espacial Endeavour devido às más condições climáticas nas região do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
- O clima nos venceu novamente - disse o diretor de lançamento Pete Nickolenko à tripulação do Endeavour.
A contagem regressiva para o lançamento foi suspensa minutos antes de a Endeavour partir com sete astronautas. O mesmo ocorreu no domingo. Ainda não se saber se agência espacial americana tentará realizar o lançamento novamente na terça ou na quarta-feira. Se não conseguir em nenhum dos dois dias, terá que aguardar até 27 de julho, pois a Rússia esperar para mandar equipamentos à estação espacial.
O lançamento desta segunda-feira estava previsto para as 18h51m horário local (19h51m de Brasília) em uma missão para instalar uma plataforma externa do laboratório japonês na Estação Espacial Internacional.
Há um mês o ônibus aguarda liberação para o lançamento, adiado por vazamento de combustíveis, raios e tempo ruim.
Na sexta-feira, relâmpagos atingiram 11 vezes a área próxima à plataforma de lançamento, mas engenheiros da Nasa não encontraram danos no ônibus espacial nem no sistema elétrico local, liberando a partida para o sábado - o que voltou a ser adiado por causa do mau tempo.
Em junho, um vazamento potencialmente perigoso no sistema de ventilação fez a partida do Endeavour ser cancelada duas vezes.
A missão do Endeavour está prevista para durar 16 dias. Ela deve levar sete tripulantes ao espaço - seis americanos e uma canadense.
A chegada deles à Estação Espacial Internacional (EEI) vai elevar a 13 o número de astronautas no local - um recorde até o momento.
Um dos tripulantes, o americano Tim Kopra, deverá permanecer na EEI, enquanto o japonês Koichi Wakata será trazido de volta à Terra pelo ônibus espacial.
A viagem do Endeavour será a 127ª realizada pelos ônibus espaciais americanos.
A Nasa pretende aposentar os modelos em 2010, mas ainda há sete missões rumo à EEI agendadas até lá.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Alunos de Escolas Técnicas Federais são quase que totalmente absorvidos pelo Mercado de trabalho


Uma pesquisa do Ministério da Educação (MEC) mostra que, 72% do total de alunos de nível médio que entre 2003 e 2007 estudaram em escolas técnicas federais estão empregados. Desses, 65% trabalham em sua área de formação. O estudo revelou também, que 75% trabalha mais de 40 horas semanais e com baixa remuneração: 57% dos entrevistados ganham até três salários mínimos (R$ 1.395). A diferença entre os gêneros também fica evidente: 74% dos homens estão empregados contra 66% das mulheres. O estudo foi realizado junto a 2.657 ex-alunos de 130 instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Dos estudantes egressos da Rede Federal, público alvo da pesquisa, 84% cursaram o ensino médio em escola pública e 68% cursaram o ensino fundamental em instituições públicas.
A continuidade dos estudos e a adequação da formação profissional recebida também foram tema da pesquisa nacional de egressos dos cursos técnicos da rede federal de educação profissional e tecnológica. O percentual dos que qualificaram a formação recebida como boa e ótima foi de 90%.
- Os resultados da pesquisa comprovam o grau de excelência da rede federal de educação profissional e tecnológica. Essa mesma rede, que se destaca nos exames oficiais de avaliação (Enem e Enade), agora demonstra a empregabilidade e inserção dos seus alunos em suas respectivas regiões de formação e a valorização profissional -afirma Eliezer Pacheco, secretário de educação profissional do MEC.

Brasil passa ocupar a 13 Posição no Ranking Mundial Científico

O Brasil subiu no ranking da ciência. De acordo com a avaliação anual feita pela National Science Indicators (NSI), uma das maiores bases de dados científicos do mundo, o país atingiu o 13 lugar na classificação global em produção científica em 2008, duas acima da colocação obtida em 2007. O resultado coloca o país à frente de nações como Rússia (15) e Holanda (14), mas atrás de outros países emergentes, como China (2) e Índia (10). No topo do ranking, estão os Estados Unidos.
- Esse resultado pode ser atribuído a uma série de fatores, envolvendo a atuação de centros de pesquisas, universidades, o ministério de Ciência e Tecnologia e o ministério da Educação, entre outros - afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, antes de uma solenidade na Academia Brasileira de Ciências. - Devem ser citadas a expansão da rede de ensino superior e a substituição de professores temporários por efetivos.
Pela avaliação da NSI, o Brasil teve 30.451 artigos publicados em revistas científicas em 2008, contra 19.436 publicações em 2007. O número, porém, ainda é bastante distante daquele produzido nos Estados Unidos (340.638 publicações). A produtividade científica é medida por publicações nas chamadas revistas indexadas, que têm regras de publicação rigorosas e passam pela revisão de especialistas.
Número de patentes ainda é baixo
O retrato da NSI mostra também que o país contribuiu com 2,12% de todos os artigos científicos produzidos por 183 países, 2,9 vezes abaixo da Alemanha (terceira colocada no ranking), 2,6 da Inglaterra (quinta colocada) e 2,1 da França (sexta).
- Para termos atingido esse patamar, deve ser dado crédito também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - disse Haddad. - A expansão das bolsas de estudos e das oportunidades de doutorado também contribuíram para chegarmos a essa posição no ranking da produção científica mundial.
Segundo o ministro, o desafio das autoridades agora é transformar essa evolução em tecnologia.
- Falta atingirmos esse equilíbrio, levar a teoria para a prática.
Esse nó se reflete numa discrepância admitida pelo próprio ministro: o número de patentes depositadas no país, que ainda é bastante baixo. Em 2008, o Brasil respondia por somente 0,06% das patentes registradas nos EUA, contra 0,79% da Coreia do Sul, 1,31% da Itália, 2,96% da França e 22,67% do Japão.
- De fato, o nosso número de patentes é precário - reconheceu o ministro. - Essa questão é, sem dúvida, um problema.
Para resolver isso, o ministro aposta na Lei de Incentivo à Pesquisa para impulsionar a produção tecnológica no país.
- A lei, regulamentada em 2008, é o mecanismo perfeito para fazermos essa tradução de conhecimento científico em produção tecnológica. Já tivemos a aprovação e liberação de R$ 20 milhões para projetos científicos e esperamos chegar a R$ 150 milhões em breve. Temos espaço para avançar nesse sentido.

Novos Telescópios Planck e Herschel estudarão a origem do UNIVERSO

Um par de telescópios espaciais que será lançado semana que vem promete ajudar a responder a algumas das maiores questões sobre o Universo, coisas como o surgimento e o destino do próprio Cosmo, como mostra matéria publicada nesta terça-feira no jornal O Globo. Desenvolvidos pela Agência Espacial Europeia (ESA), eles estão equipados para analisar os lugares mais profundos do Universo para tentar iluminar a criação da matéria, desde o começo do Cosmo, há cerca de 13,7 bilhões de anos, ao surgimento de estrelas, galáxias e planetas. Com isso, esperam enxergar o futuro.
Um dos telescópios, chamado Planck, irá estudar num nível de detalhes sem precedentes uma espécie de radiação "fossilizada", uma relíquia do Big Bang. A análise poderá explicar se o Universo realmente se formou por meio de um processo de rápida expansão, chamado inflação, nas primeiras frações de segundo depois do Big Bang. O nome do Planck é uma homenagem ao físico alemão Max Planck, cujo trabalho sobre radiação ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1918.
O segundo telescópio se chama Herschel. Ele irá concentrar sua atenção na radiação infravermelha, invisível, emitida por regiões de formação de estrelas das galáxias, na esperança de explicar como objetos celestes, de estrelas como o Sol a planetas como a Terra, podem se originar a partir de nuvens de gases, poeira e detritos cósmicos.
- Os dados obtidos irão nos ajudar a testar as teorias sobre o Big Bang e podem mudar completamente a nossa compreensão sobre a origem e o desenvolvimento do Universo. Poderemos até prever o nosso futuro - afirmou George Efstathiou, professor da Universidade de Cambridge.
Os telescópios serão lançados da base de Kourou, na Guiana Francesa, em 14 de maio.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Incrivel: Mais um assalto durante a aula na UFRJ

Imagens gravadas pelo circuito interno de TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) podem ajudar a polícia a identificar o assaltante que invadiu uma das salas do campus e assaltou alunas e uma professora do curso de Nutrição, na tarde de quinta-feira, segundo o site G1 .

De acordo com relato das vítimas, um homem, armado de uma pistola prateada, aparentando ter 1,75 m de altura, vestindo uma camiseta estampada e calça jeans, permaneceu na sala por cerca de 15 minutos.

As imagens mostram que um homem suspeito entrou pelo Bloco A às 16h01m e saiu às 16h15m. A identificação, através das imagens, está sendo feita por outras vítimas para confirmar se ele seria o assaltante.

O comandante do 17º BPM (Ilha do Governador), tenente-coronel Célio da Cunha Pedrosa, se reuniu com o prefeito da Cidade Universitária, professor Hélio de Mattos Alves, e ficou de reforçar o patrulhamento ostensivo na área.

Quatro alunos faziam prova dentro de uma sala do prédio de Ciências e Saúde da universidade, quando foram surpreendidos por pelo bandido armado. O ladrão levou diversos pertences dos estudantes e conseguiu fugir.

Assustados, os alunos afirmam que não há segurança suficiente no local. Eles reclamam ainda que as salas do curso de Nutrição, onde ocorreu o assalto da quinta-feira, ficam no subsolo do prédio, onde seria muito deserto. Segundo Thaís Estrela, do 2º período do curso, o medo é tão grande que é preciso organizar grupos sempre que uma menina quer se deslocar até o banheiro.

- A gente aqui no Campus não tem segurança. Ninguém faz ronda aqui pelo Campus, e qualquer um pode entrar sem crachá, sem nada. A gente vai ao banheiro juntas, pois temos medo de ir sozinhas. Sempre temos que chamar alguém para ir com a gente.

De acordo com o prefeito da Cidade Universitária, Hélio de Mattos, esse foi o quarto assalto dentro de sala de aula registrado na universidade desde 2005. Em entrevista à Rádio CBN, Mattos afirmou que o diretor do prédio assaltado já contratou até segurança própria para o local, mas não há como controlar quem entra ou sai do edifício.

- No prédio circulam seis mil alunos todos os dias. Além disso, o edifício de Ciências e Saúde possui oito entradas e não tem porteiro. Desde 2005 a gente realiza campanhas de segurança no local, e já tentamos implementar o crachá, mas a comunidade universitária ainda resiste muito - afirmou Mattos.

Cerca de 65 mil pessoas circulam na Cidade Universitária por dia. Segundo Hélio de Mattos, a segurança é feita com três viaturas que fazem rondas pela universidade, além das câmeras de segurança. Ele admite, no entanto, que ainda é muito pouco.

- Há dois anos o reitor da universidade pediu ao governo federal autorização para realizar um concurso público para contratar mais cem seguranças para a Cidade Universidade. Hoje nós temos três viaturas que fazem rondas intensivas durante o dia inteiro. A Polícia Militar também ajuda com o que pode, mas a circulação dela é igual a de uma cidade mesmo, é difícil de controlar. Além disso, estamos aumentando o número de alunos - afirmou em entrevista à Rádio CBN

sexta-feira, 10 de abril de 2009

UFF realizará vestibular no meio do Ano para os novos cursos de Campos


A Universidade Federal Fluminense (UFF) realizará vestibular extraordinário no meio do ano. O concurso será para preencher 150 vagas oferecidas no polo universitário de Campos dos Goytacases para cursos de Economia, Geografia e Ciências Sociais. Os cursos foram recém criados e as aulas começam no segundo semestre deste ano. O edital deste concurso deve sair até o final de abril.
Em relação ao vestibular 2010, o cronograma deve ser similar ao do 2009. As inscrições devem ser realizadas entre início de agosto e início de setembro. A taxa de inscrição não deverá ser diferente da última (R$ 97). Mas, caso isso aconteça, será uma variação muito pequena. A oferta de vagas deve aumentar nos cursos já existentes e também está sendo estudada a implantação de novos cursos. No último concurso foram oferecidas 5.695 vagas. Em relação ao modelo do concurso não haverá mudanças: duas fases, sendo a 1ª formada por 75 questões de múltipla-escolha,e a 2ª etapa com porvas discursivas específicas por grupos de carreiras. Prova continua temática e interdisciplinar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Reitores temem prazo curto do novo ENEM



Reitores dispostos a aderir ao vestibular nacional proposto pelo Ministério da Educação temem que não dê tempo de fazer a mudança em 2009. Eles querem que o ministério antecipe a realização do novo Enem, previsto para outubro. O objetivo seria garantir a divulgação dos resultados em novembro, permitindo a realização da segunda fase do vestibular nas instituições que não se limitarem a selecionar estudantes com base apenas no Enem.
Na terça-feira, os reitores participaram do segundo dia de reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Boa parte saiu do encontro falando bem da proposta, mas enfatizando que a decisão caberá aos conselhos universitários. Por isso, qualquer previsão sobre o número de adesões corre o risco de cair por terra. Segundo o MEC, há pelo menos 38 instituições dispostas a aderir.
No embalo da boa receptividade de reitores, o ministro Fernando Haddad quer convencer o setor privado. Na terça à noite, ele se reuniria com representantes da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e demais entidades. Nesta quarta-feira o ministério deverá enviar à Andifes as explicações operacionais. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), encarregado da nova avaliação, informou que é possível antecipar para novembro os resultados das provas de múltipla escolha - com 200 questões -, mas não a redação.

Reitor da UFRJ que transformar o novo Enem em primeira fase ainda este ano





O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloisio Teixeira, quer que o novo Enem passe a ser a primeira fase do vestibular da UFRJ já este ano. Para o reitor, o novo exame democratizará o acesso à universidade. O que o senhor achou da proposta do MEC?
ALOISIO TEIXEIRA: Estou entusiasmado. Mesmo antes de tomar posse como reitor, eu já havia declarado guerra ao vestibular. Qual o problema do vestibular?
TEIXEIRA: É um dos mecanismos mais perversos pelo qual a universidade brasileira, e a pública em particular, se torna instrumento de exclusão social. Não é a questão da decoreba, da múltipla escolha. Qualquer que seja o formato, ele é instrumento para não permitir o ingresso de parcelas imensas da nossa juventude na universidade. Como assim?
TEIXEIRA: O vestibular não oferece igualdade de oportunidades. Ele avalia o mérito de forma restrita. Quase 70% dos jovens que se formam no nível médio no Rio de Janeiro vêm da rede pública. No vestibular da UFRJ, mais de 60% dos candidatos são de escolas privadas. O senhor quer dizer mais de 60% dos ingressantes...
TEIXEIRA: Não, dos que se inscrevem. Dos que entram, é pior ainda. Isso mostra que a maior parte dos jovens que se forma no ensino médio do Rio sequer se inscreve no vestibular da UFRJ. De que maneira o novo Enem pode contribuir para mudar essa realidade?
TEIXEIRA: O fato de termos um exame único, que se faz para o conjunto dos jovens que estão concluindo o ensino médio, cria um fator de equalização. Todos os jovens que se formarem estarão fazendo essa prova. Isso já muda a natureza do exame.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Piscinas de água Salgada em Marte?????


Cientistas da Nasa, a agência espacial americana, afirmam que Marte pode ter piscinas de água salgada um pouco abaixo de sua superfície. Anteriormente os pesquisadores acreditavam que a água existiu em Marte na forma de gelo ou vapor, devido às temperaturas baixas e à pressão atmosférica do planeta.

Mas a sonda Phoenix, da Nasa, mostrou a presença de sais percloratos no solo do planeta, que podem manter a água em estado líquido em temperaturas de até 70 graus negativos.

Os pesquisadores apresentaram os primeiros resultados científicos da missão da sonda Phoenix - que chegou às planícies do norte de Marte em 25 de maio de 2008 - na 40ª Conferência de Ciência Planetária e Lunar (LPSC, na sigla em inglês) em Woodlands, Texas.

- Acredito que estas piscinas existam. Mas ainda há mais para descobrir a respeito das propriedades destas soluções de percloratos, como por exemplo, qual a pressão do vapor - disse Mike Hecht, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia.

A sonda Phoenix foi lançada em agosto de 2007 e foi a que pousou mais ao norte de Marte entre todas as missões anteriores.

A sonda conduziu operações no solo marciano por mais de cinco meses antes de sucumbir ao frio e à escuridão do inverno de Marte. O robô cavou, perfurou e queimou o solo marciano para analisar se o planeta já abrigou vida. E se transformou na primeira missão a analisar amostras de água e gelo encontradas centímetros abaixo da superfície do solo. Pedaços de gelo foram vistos vaporizando diante das câmeras da sonda.

A sonda Phoenix usou apoios para diminuir o impacto do pouso na superfície de Marte. E estes apoios moveram o solo mais superficial, expondo a água com gelo a apenas alguns centímetros abaixo.

- Aqui estão todos estes sais percloratos, bem abaixo deles, a alguns centímetros, é uma placa (de água com gelo). Não é preciso muita imaginação para afirmar que estes dois materiais vão interagir - disse Hecht.

Na Terra os percloratos, sais derivados do ácido perclórico, são usados em airbags, fogos de artifício e combustível sólido para foguetes. E os cientistas estão apenas começando a entender a importância que estes sais podem ter em Marte. 

Para Hecht a formação de bolsões de líquidos em Marte iria necessitar as concentrações corretas de sais percloratos.

- Neste caso temos um pouco de perclorato e grandes fatias de gelo, então posso imaginar que temos um excesso de água. Isto significa que você teria que formar uma piscina de água de sal em temperatura baixa, se os dois interagiram - disse.

Outros pesquisadores afirmam que as concentrações destes sais encontrados no local de pouso da Phoenix ainda são componentes pequenos da química geral do solo de Marte e a ideia de Hecht ainda precisa de mais testes. Mesmo assim, Hecht afirma que a descoberta destes compostos faz com que Marte seja mais parecido com a Terra em vários aspectos. Troy Hudson, outro cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirmou que os percloratos podem estar controlando a quantidade de vapor de água na atmosfera de Marte.

E a presença destes percloratos também pode explicar a razão de a Phoenix ou a sonda Viking na década de 70, não terem encontrado provas mais concretas da presença de compostos "orgânicos", compostos moleculares que contenham carbono. Estas moléculas são componentes de importância crucial na busca por vida no planeta vermelho.

- Os percloratos, se você os esquentar no forno (da Phoenix), liberam o oxigênio e queimam os (compostos) orgânicos - disse Peter Smith, chefe da missão de cientistas.

Smith afirmou que várias provas apontam para ação de água líquida no passado, no local onde a Phoenix pousou, nas planícies do norte de Marte. Estas provas incluem a presença de minerais aquosos, torrões, solo cimentado e a descoberta de que parte do gelo estava "separado" à medida que derretia.

- É provável que em um clima mais quente e úmido, como quando o eixo de Marte se inclina, isto mude, este pode ser apenas um lugar no qual a água líquida foi encontrada. Não significa que é um lago. Apenas significa que o solo está molhado - afirmou Smith, que é da Universidade do Arizona.

A descoberta de carbonato de cálcio no solo também sugere a ação de água líquida no passado. A substância é encontrada em rochas por toda a Terra. Segundo Peter Smith a substância ocorre em níveis que variam entre 3% e 5% no local do pouso da Phoenix provavelmente se formando enquanto o dióxido de carbono da atmosfera marciana se dissolvia em água líquida, formando um ácido fraco que retirou o cálcio do solo.

Nilton Renno, professor da Universidade de Michigan, apresentou provas de que gotículas de água líquida podem ser vistas em fotos do suporte de uma das pernas de apoio da Phoenix.

- Elas se movem, pingam e se fundem - disse.

Mike Hecht e Tom Pike, do Imperial College de Londres, acreditam que as gotículas seriam gelo.

 


Bilionário de Volta ao ESPAÇO


O foguete russo Soyuz decolou, nesta quinta-feira, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) levando o bilionário americano Charles Simonyi, que se torna o primeiro turista espacial a fazer a viagem pela segunda vez. Um dos fundadores da Microsoft, Simonyi, que teve que desembolsar US$ 35 milhões por sua segunda viagem espacial à Estação Espacial, voltará à Terra em 7 de abril. Para ter sua primeira experiência no espaço, em 2007, o americano de origem húngara pagou cerca de US$ 25 milhões.

Durante sua estada na ISS, o turista americano deve realizar experiências científicas, como medir a contaminação radiativa da plataforma e realizar testes bilógicos. Além de Simonyi, o foguete lançado do cosmódromo de Baikonur às 14h49m de Moscou (8h49m no horário de Brasília) leva dois astronautas: o russo Gennadi Padalka e o americano Michael Barratt. A dupla ficará seis meses no espaço. Padalka será o comandante da Estação Espacial. O astronauta da Nasa trabalhará como engenheiro de bordo.

Desde o ano 2000, seis turistas espaciais viajaram a bordo de uma cápsula Soyuz para a ISS. O primeiro dos "participantes não-profissionais de voos espaciais" - segundo a terminologia usada pela agência espacial russa Rascosmos - foi o americano Denis Tito, que no dia 28 de abril de 2001 começou a viagem pela qual pagou US$ 20 milhões. Depois dele, viajaram ao espaço o sul-africano Mark Shuttleworth, em 2002; o americano Gregory Olsen, em 2005; a iraniano-americana Anousheh Ansari, em 2006; Simonyi, em 2007; e o americano Richard Garriott, em 2008. 

terça-feira, 24 de março de 2009

O Que é um Equinócio?



Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador celeste.
A palavra equinócio vem do Latim e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está acima do horizonte e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar encontra-se metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.
Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação. No hemisfério norte a primavera inicia em março e o outono em setembro. No hemisfério sul é o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março.
As datas dos equinócios variam de um ano para outro devido aos anos tropicais (o período entre dois equinócios de março) não terem exatamente 365 dias, fazendo com que a hora precisa do equinócio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não encaixa necessariamente no mesmo dia. O ano trópico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas. Assim, num ano comum, tendo 365 dias e portanto mais curto, a hora do equinócio é cerca de seis horas mais tarde que no ano anterior. Ao longo de cada sequência de três anos comuns, as datas tendem a adiantar-se um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso devido à intercalação do dia 29 de fevereiro.
Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinócios tendem a atrasar-se. Isto implica, que ao longo do mesmo século, as datas dos equinócios tendem a ocorrer cada vez mais cedo. Assim, no século XXI só houve dois anos em que o equinócio de março aconteceu no dia 21 (2003 e 2007); nos demais, o equinócio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que, por volta do ano 2040, passe a haver anos em que o equinócio aconteça no dia 19. Esta tendência só irá desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos comuns consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.
Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).

Grã-Bretanha divulga arquivo oficial de OVNIS



O governo britânico está divulgando o terceiro grupo de arquivos oficiais secretos sobre aparições de Objetos Voadores Não-Identificados (Ovnis), que inclui relatos de uma mulher que diz ter conversado com um "alienígena". Os arquivos do Ministério da Defesa, que cobrem o período entre 1987 e 1993, estão sendo liberados como parte de um projeto de três anos, e podem ser baixados do site do Arquivo Nacional britânico.
Os documentos contém os relatos de uma mulher que teria visto um objeto brilhante e esférico subir ao céu na cidade de Norwich após encontrar um homem que dizia ter vindo de um planeta similar à Terra. Em novembro de 1989, a mulher "completamente aterrorizada" entrou em contato com a Força Aérea em Suffolk, segundo o documento. 'Alienígena'
Ela disse que encontrou um homem de cabelos claros com um sotaque parecido com o de países da Escandinávia quando passeava com seu cachorro em um campo de esportes. O homem teria dito a ela que os chamados "círculos ingleses" que aparecem em plantações, haviam sido feitos por outros como ele, que haviam viajado para a Terra de outros planetas, e que o objetivo de sua visita era pacífico. Ele teria dito então que falou com ela porque achava importante ter contato com humanos, apesar de ter recebido orientações para não falar com ninguém.
Quando a mulher, que não foi identificada, corria para casa, ela teria ouvido um forte barulho e, quando se virou, teria visto um grande objeto esférico, com uma luz laranja, subir até desaparecer. Uma carta da Força Aérea para o ministério descreveu a experiência da mulher como "um dos relatos mais incomuns sobre Ovnis que já recebemos". Bumerangue
Três anos depois, dois controladores de vôo do aeroporto de Heatrow, em Londres, relataram ter visto um objeto preto, com o formato de um bumerangue invertido. Segundo eles, o objeto estava parado, e depois se moveu lentamente em direção ao sol da manhã.
Uma semana antes, em uma estrada na costa, em Lincolnshire, várias pessoas haviam reportado visões similares de um objeto grande e triangular com três luzes. Muitas das testemunhas teriam parado seus carros para ver melhor o objeto. Outros relatos contidos nos documentos, no entanto, têm explicações mais claras. Explicações
Em novembro de 1990, as tripulações de seis jatos militares reportaram ter sido ultrapassadas por um "Ovni gigante" quando sobrevoavam a Alemanha. Eles inicialmente pensaram se tratar de um vôo de teste para o então secreto jato americano Stealth.
Mas, o que eles viram foram os destroços em chama de um foguete russo usado para colocar um satélite em órbita. Em 31 de março de 1993, vários relatos de luzes se movendo sobre o sudoeste da Inglaterra e o sul do País de Gales foram também foram ligados a um foguete russo.
"A maioria dos relatos é composta de coisas ordinárias vistas em situações extraordinárias", disse o especialista em ÓVNIS, David Clarke.
"Tantas coisas podem ser interpretadas como incomuns, que você precisa eliminar todo esse ruído e ver o que sobra", disse.
"Eu não acho que existam evidências sólidas de que fomos visitados por vida inteligente, mas não acho que isso possa ser descartado."
Os mais recentes arquivos divulgados pelo governo são os primeiros que contém informações escritas por funcionários da área de inteligência. Segundo Clarke, esses documentos estavam entre milhares de arquivos secretos que foram contaminados com a substância cancerígena amianto e corriam o risco de ser destruídos. Os arquivos acabaram sendo salvos após uma campanha de historiadores.

Depois do Concerto: Astronautas voltam a Estação Espacial Internacional



Os astronautas Steven Swanson e Richard Arnold instalaram nesta sexta-feira o último segmento da viga central da Estação Espacial Internacional (ISS), na primeira caminhada de sua missão de 13 dias ao complexo.
- Foi um trabalho excelente. Graças a ambos - disse aos astronautas o controle da missão no Centro Espacial Johnson da agência espacial americana (Nasa) em Houston, após mais de seis horas de trabalho. - Bem-vindos novamente à estação espacial - afirmou o comandante do ônibus Discovery Lee Archambault, que os esperava junto aos outros quatro tripulantes da nave e aos três da ISS.
Durante a caminhada, Swanson e Arnold também iniciaram os preparativos para a instalação dos painéis solares que aumentarão o fornecimento de energia à estação. Foi a primeira caminhada de Arnold e a terceira de Swanson, que teve que colocar uma fita vermelha para ser diferenciado pelas câmeras da Nasa que acompanhavam ao vivo os trabalhos.
A segunda caminhada esta prevista para o próximo sábado.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O que são Primos de Germain ?



Um número primo p é um número primo de Sophie Germain se 2p + 1 é também primo. São famosos porque Sophie Germain provou que o Último Teorema de Fermat é verdadeiro para estes números. A existência de um número infinito de tais números primos é uma conjectura, ou seja, uma afirmação não provada.

O maior número primo de Sophie Germain conhecido até à data é o número  que tem 36523 dígitos e foi descoberto em 8 de Janeiro de 2005.

Uma sequência {p, 2p+1, 2(2p+1)+1, ...} de primos de Sophie Germain também recebe o nome de cadeia de Cunningham de primeira classe.

Sophie nasceu numa época de revoluções. No ano do seu nascimento começou a Revolução Americana. Treze anos mais tarde começou a Revolução Francesa.Foi nessa altura que começou a interessar-se por Matemática, pois devido ao perigo nas ruas de Paris não podia sair de casa. Passava então o tempo na biblioteca do pai onde leu a história da morte de Arquimedes. Conta a lenda que Arquimedes foi morto enquanto desenhava na areia uma figura geométrica que estava a estudar, indiferente ao soldado que o interpelava. Sophie pensou que, se alguém conseguia estar tão envolvido num problema que nem se apercebia da morte que se aproximava, então esse assunto devia ser muito fascinante! Começou a estudar sozinha usando os livros do pai, à noite quando todos dormiam, às escondidas, pois os pais não achavam próprio de uma rapariga esse interesse.Finalmente concluíram que a sua paixão pela matemática era "incurável" e deixaram-na em paz. A sua vida é um exemplo de perseverança e de trabalho. Levou tempo até ser reconhecida e apreciada pelo seu trabalho na teoria dos números e na física matemática,pelo facto de ser mulher. Apresentava os seus trabalhos sob o pseudónimo de M. LeBlanc a Lagrange que ficou muito impressionado e quis encontrar-se com o estudante. Ficou divertido quando viu que o autor do trabalho era uma mulher, e tornou-se o seu mentor. Com um homem a apresentá-la, Sophie entrou então no círculo de matemáticos e cientistas. Em 1804 começou a corresponder-se com o matemático Gauss que ficou emocionado ao descobrir quem era o correspondente. Sophie Germain foi uma revolucionária que lutou contra os preconceitos e a ausência de educação formal conseguindo tornar-se uma celebrada matemática.

NASA em busca de planetas similares a Terra





A Nasa, a agência espacial americana, lançou uma missão não-tripulada para procurar planetas parecidos com a Terra onde possa haver vida.
A sonda Kepler foi lançada de Cabo Canaveral, no Estado da Flórida, nos Estados Unidos, e vai orbitar o Sol para observar cerca de 100 mil estrelas em uma região distante da Via Láctea.

De acordo com Edward Weiler, diretor de missões científicas da Nasa, a missão é histórica, e não apenas científica.

"A missão busca responder algumas questões humanas básicas que fazem parte de nosso código genético desde que o primeiro homem ou mulher olhou para o céu e disse: 'nós estamos sozinhos?'"

A sonda é equipada com a maior câmera já enviada ao espaço para constatar se há planetas rochosos ao redor do Sol, em uma área quente conhecida como zona habitável. A intenção é encontrar planetas onde haja água em forma líquida, um elemento fundamental para a manifestação de qualquer atividade biológica.

Para identificar os planetas, a Kepler vai verificar pequenas oscilações periódicas na luz emitidas por planetas em movimento quando passem por suas estrelas, o que causa uma alteração na luminosidade.

"Tentar detectar planetas do tamanho de Júpiter com esse método é como tentar medir o efeito que um mosquito causa ao passar em frente ao farol de um carro", disse James Fanson, diretor de projetos no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

'ET'

De acordo com o cientista responsável pela sonda Kepler, William Borucki, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, na Califórnia, a espaçonave vai monitorar estrelas pequenas e frias, além de maiores e mais quentes.

Ele disse que a missão pode contribuir para a compreensão de outros sistemas estelares, mas que o conhecimento a ser adquirido ainda é enorme.

"Eu penso que ao entender planetas gigantes e pequenos vamos fazer descobertas significativas sobre outros sistemas planetários, mas não espero que tenhamos todas as respostas em três anos", disse ele.

"Nós certamente não vamos encontrar o ET, mas talvez possamos encontrar a casa do ET ao observar essas estrelas", finalizou Borucki.

Atraso na decolagem do Discovery rumo a estação espacial



O ônibus espacial Discovery decolou com sucesso neste domingo para uma missão na Estação Espacial Internacional, com mais de um mês de atraso por problemas no sistema de combustível. O lançamento aconteceu na hora programada, às 20h43 (horário de Brasília)

A nave ficará no espaço por 13 dias, um a menos que o previsto inicialmente, e seus tripulantes farão três caminhadas no espaço, ao invés das quatro programadas anteriormente. Durante a missão, será entregue um jogo de painéis solares de 300 milhões de dólares e um novo destilador para o sistema de reciclagem de urina da estação. Os painéis estão dentro de um módulo de 16 toneladas que irá completar a estrutura principal exterior de 11 segmentos da Estação Espacial Internacional.

O lançamento estava programado para a quarta-feira da semana passada, mas foi adiado para o ônibus espacial recebese reparos devido a um vazamento de combustível.   Os engenheiros da Nasa instalaram novos lacres em uma válvula do tanque para resolver o problema. O vazamento foi descoberto quando técnicos que trabalhavam na plataforma de lançamento começavam a encher o tanque do ônibus com 1,9 milhão de litros de hidrogênio líquido e oxigênio líquido.

A tripulação é formada por sete homens e inclui o japonês Koichi Wakata, veterano de duas viagens em ônibus espaciais que será deixado na estação espacial para trabalhar como engenheiro de vôo após a partida do Discovery. Ele substituirá a astronauta da Nasa Sandra Magnus, que está em órbita desde novembro.

Projeto de US$ 100 bilhões de 16 países, a estação vem sendo construída há mais de uma década a 350 quilômetros acima da Terra. A agência espacial dos EUA ainda tem nove vôos para finalizar a montagem, assim como um serviço final no telescópio espacial Hubble, antes de aposentar a frota de ônibus espaciais no ano que vem.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

2009 O ano de dois Gigantes : Darwin e Galileu

  


Comemoram-se este ano dois gigantes da ciência. Passam 200 anos sobre o nascimento de Darwin e 400 sobre as primeiras observações telescópicas de Galileu. As comemorações de Darwin começaram em plena força, com uma extraordinária exposição na Gulbenkian e outros eventos. As celebrações de Galileu começaram em Janeiro, com o lançamento do Ano Internacional da Astronomia, e vão ter desenvolvimento em Dezembro, pois foi nesse mês, em 1609, que o célebre físico apontou pela primeira vez um telescópio ao céu.

As comemorações são sempre uma oportunidade para aprender mais. Vale a pena, claro, ler uma das reedições da "Origem das Espécies". Mas quem tenha um estômago mais modesto talvez prefira começar por outras leituras. Sugerimos, como introdução breve e moderna, "A Origem das Espécies de Darwin", um notável estudo de Janet Browe, traduzido para português pela Gradiva. Da mesma editora saiu também o interessante estudo "O Português que se Correspondeu com Darwin", de Paulo R. Trincão, da dinâmica Fábrica de Ciência Viva de Aveiro.

Sobre Galileu esperam-se mais publicações, Guilherme de Almeida, um conhecido professor de física do Colégio Militar, adiantou-se. Fez já sair um livro para jovens intitulado "Chamo-me Galileu Galilei". Ao contrário do que se poderia pensar pelo aspecto juvenil do livro, é um texto que leitores de todas as idades apreciarão. Tudo é simples, das palavras aos desenhos, mas tudo tem um rigor histórico e científico notável.

Nesta semana e na próxima, o nome do cientista italiano vai ser falado, pois o seu nascimento teve lugar a 15 de Fevereiro. O seu aniversário teria lugar este domingo. Na realidade, esta data está marcada no calendário juliano, em vigor na altura. Guiamo-nos hoje pelo calendário gregoriano, que roubou 10 dias a quem vivia na altura. Assim, se quisermos comemorar a data talvez seja mais apropriado fazê-lo a 25 de Fevereiro.

Para evitar confusões, os historiadores convencionaram manter as datas antigas quando se referem a acontecimentos anteriores à mudança de calendário. A complicar as coisas, a mudança de calendário não ocorreu simultaneamente em todos os países. Isso significa que, por vezes, acontecimentos que parecem simultâneos de facto não o são.

Um dos casos mais flagrantes é o da aparente coincidência da morte de Galileu com o nascimento de Newton, ambos registados em 1642. Galileu morreu em 8 de Janeiro de 1642, segundo o calendário gregoriano, que foi adoptado na península italiana em 1582. E Newton nasceu em 25 de Dezembro de 1642, segundo o calendário juliano na altura usado em Inglaterra e mantido nesse país até 1752.

Se referirmos ambas as datas ao mesmo calendário temos surpresas. No calendário gregoriano, Newton nasceu dia 4 de Janeiro de 1643. No ano seguinte ao da morte de Galileu e 361 dias mais tarde! No calendário juliano, nasceu em 25 de Dezembro de 1642, como se disse, enquanto Galileu morreu em 29 de Dezembro, mas de 1641 - os mesmos 361 dias de diferença. Na base deste desfasamento está a diferença de dia adoptado para começo do ano. No calendário gregoriano é 1 de Janeiro, como se sabe. No caso juliano era 25 de Março. Nada é simples nos calendários.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Cometas Escuros ameaçam a Terra

O planeta Terra pode estar sob a ameaça de ser atingido por milhares de cometas que circulam nos arredores do sistema solar e não podem ser detectados pelos cientistas, afirma uma reportagem publicada na edição desta semana da revista britânica New Scientist.

A revista entrevistou dois astrônomos britânicos que afirmam que, apesar de todo trabalho de monitoramento desses corpos celestes feitos por agências espaciais, muitos deles não poderiam ser detectados por serem o que eles chamam de "cometas escuros".

Segundo Bill Napier, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, e David Asher, do Observatório de Armagh, na Irlanda do Norte, estes cometas escuros podem ser uma ameaça à Terra.

"Cometas escuros, dormentes, são uma significativa, mas muitas vezes invisível, ameaça ao planeta", disse Napier à revista.

Segundo os cientistas, pelos cálculos sobre a entrada de cometas no sistema solar, é possível que haja pelo menos 3 mil desse corpos celestes próximos à região, mas apenas 25 deles são conhecidos.

Napier e Asher afirmam que muitos desses cometas não podem ser vistos "simplesmente porque são muito escuros".

Isto acontece quando o gelo de um cometa "ativo" - que reflete a luz do sol - se evapora, deixando para trás somente uma crosta que reflete apenas uma fração de luz.

Os cientistas citam como exemplo o cometa IRAS-Araki-Alcock, que passou a uma distância de 5 milhões de quilômetros da Terra em 1983 - a menor registrada em 200 anos.

Segundo eles, o cometa foi detectado apenas duas semanas antes de sua aproximação.

"Ele tinha apenas 1% de suas superfície ativa", diz Napier.

De acordo com os pesquisadores, quando uma sonda da Nasa pousou no cometa Borrelly, em 2001, também teria registrado várias manchas "negras" em sua superfície.

Outro cientista entrevistado pela revista, no entanto, se mostrou mais cético sobre a ameaça.

Segundo Clark Chapman, do Southwest Research Institute, no Colorado, Estados Unidos, "estes cometas absorveriam bem a luz do sol, então poderiam ser detectados pelo calor que emitiriam".