domingo, 28 de dezembro de 2008

Astronautas no combate a Diabetes


Um alpinista espanhol vai se tornar em setembro de 2009 no primeiro diabético a ir ao espaço, em uma viagem orbital ao redor da terra, onde participará de três experimentos científicos relacionados à doença e testará um novo tipo de insulina. Josu Feijoo, da cidade espanhola de Vitoria, já havia testado outras vezes novas técnicas, como as que permitem transmitir os valores de glicose no sangue aos médicos em tempo real e de qualquer lugar do mundo.

O alpinista, que começou a sofrer da doença aos 23 anos, vai ao espaço graças ao patrocínio de um empresário e sairá em setembro de 2009 na nave VSS Enterprise, de propriedade da Virgin Galactic, que será lançada da base do deserto de Mojave, nos EUA, e alcançará uma altura de 135 mil metros.


No espaço, o diabético testará uma nova insulina que já foi experimentada em laboratório com animais e com pacientes diabéticos, que permite aplicar injeções da substância apenas três vezes por semana, em vez de diariamente.

O efeito da nova insulina dura entre 48 e 55 horas, e a experiência busca comprovar se seus efeitos não se perdem no espaço exterior. Para isso, Feijoo fará a viagem com valores de glicose no sangue altos e não usará insulina até que esteja no espaço.

Também testará um novo medidor de glicose com um sistema de tele-medicina incorporado, e que a cada 15 minutos transmitirá à Terra os resultados da análise.

O terceiro experimento consistirá em retirar 10 mililitros de sangue para verificar se os níveis de proteínas variam na ausência de gravidade. 

domingo, 14 de dezembro de 2008

Nasa dificulta trabalho da Equipe de Transição do Governo OBAMA



O administrador da Nasa Mike Griffin não está cooperando com a equipe de transição do presidente eleito Barack Obama, está atrapalhando os esforços para obter informações e afirmou à líder do time democrata que ela "não é qualificada" para julgar o programa de espaço, informa o jornal "Orlando Sentinel".

Durante uma conversa calorosa de 40 minutos na semana passada com Lori Garver, ex-administradora da Nasa que é a líder da equipe de transição, Griffin exigiu falar diretamente com Obama, informou uma fonte.

Além disso, Griffin está inscrevendo funcionários da Nasa e outros terceirizados no que chamam de time de transição, alertando aos que estão na equipe que não critiquem o programa lunar, afirmaram as fontes.

A resistência do administrador faz parte da tentativa de preservar o programa de constelação, um projeto atrasado e caro assinado pelo próprio.

Chris Shank, chefe de comunicação estratégica da agência, negou que Griffin esteja escondendo informações da equipe ou que ele deseja se encontrar com Obama.

- Estamos trabalhando muito bem com o time de transição - disse Shank. Mas ele afirmou que Griffin está, sim, preocupado com o fato de a equipe de seis integrantes ter pouca experiência no assunto.

Imagens Inéditas da Região 30 Doratus



Imagens inéditas divulgadas nesta semana pela Nasa, a agência espacial americana, mostram pela primeira vez com detalhes a região de 30 Doradus, uma das maiores áreas de formação de grandes estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, próxima à Via Láctea.

As imagens foram captadas pelo observatório de raios-X Chandra, que abriga o mais potente telescópio de raios-X do mundo.

O supertelescópio Chandra tem uma resolução oito vezes maior e pode detectar fontes de luz 20 vezes mais fracas do que o maior telescópio anterior.

As observações da 30 Doradus, também conhecida como Nebulosa de Tarântula, foram feitas ao longo de 31 horas, três vezes mais do que a observação mais longa que já havia sido feita pelo Chandra.

A nebulosa está a cerca de 160 mil anos-luz da Terra, ao sul da constelação de Dorado. Ela tem uma dimensão de 800 anos luz de largura e tem uma grande claridade.

Se estivesse a uma distância semelhante à da Nebulosa de Órion, que está a 1.300 anos-luz da Terra, a 30 Doradus cobriria uma área de 60 Luas cheias e sua luz seria suficientemente clara para projetar sombras à noite na Terra.

O observatório de raios-X Chandra foi lançado pela Nasa em julho de 1999.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Eco luminoso revela natureza de supernova observada em 1572



Em 1572, uma estrela que antes não aparecia no céu passou a brilhar por alguns dias. O famoso astrônomo dinamarquês Tycho Brahe observou o astro e, a partir de suas observações, começavam a ruir os conceitos antigos sobre o céu, que colocavam a Terra no centro do universo. Agora, mais de quatro séculos depois, um grupo de astrônomos conseguiu finalmente identificar o que se passou naquele distante objeto. 
Tycho Brahe classificou sua estrela como um novo objeto -- uma "nova", como ele chamou --, mas hoje os cientistas sabem que na verdade esses astros são objetos antigos, que atingem brilho esplendoroso não em seu nascimento, mas em momentos críticos de sua existência. Ainda assim, a nomenclatura permaneceu em parte inalterada -- hoje elas são conhecidas como supernovas. 
Ocorre que elas surgem em vários tipos. Algumas são simplesmente estrelas absurdamente imensas (muito maiores do que o Sol) que, ao esgotar seu combustível, implodem sob seu próprio peso. A onda de choque, na direção oposta, produz uma explosão. E é daí que vem o brilho intenso do astro, que dura por alguns dias e depois acaba se dissipando. Essas são classificadas como supernovas do tipo II. 
Mas, em outras circunstâncias, a explosão ocorre de forma diferente. São os casos em que há duas estrelas muito próximas, uma orbitando ao redor da outra. Elas nem precisam ser muito grandes, mas podem acabar produzindo uma explosão de supernova. Ocorre depois que uma das estrelas esgota seu combustível e morre. Seus restos se transformam numa anã branca -- um objeto extremamente compacto. (Aliás, esse será o destino do nosso Sol, daqui a 6 bilhões de anos.) 
Dali em diante, a dinâmica entre os dois astros faz com que a anã branca "roube" massa de sua estrela companheira. Quando a roubalheira atinge uma certa quantidade limite, a anã branca tem o que se poderia caracterizar como uma indigestão cósmica: é incapaz de absorver mais matéria. Isso leva a uma explosão de supernova -- chamada de tipo Ia.
Essas supernovas, especificamente, são muito úteis: como todas elas atingem o mesmo valor-limite de massa, seu brilho explosivo é exatamente igual. Por conta disso, a distância que elas guardam da Terra pode ser estimada com razoável precisão, justamente porque a potência da explosão é sempre a mesma, e conhecida. Comparando o brilho real e o brilho aparente, os astrônomos obtém uma estimativa da distância. 
Foi graças a elas que os astrônomos conseguiram, por exemplo, descobrir que o universo está acelerando sua expansão -- por culpa de uma energia escura, que ninguém sabe o que é. 
Mas para identificar o tipo da supernova, o único jeito é ver a "assinatura" contida na luz emitida durante a explosão. Cada tipo tem um padrão diferente. 
Tycho Brahe, no século XVI, tinha os equipamentos mais sofisticados de observação celeste de seu tempo. Mas isso não significava muito -- mesmo as lunetas ainda teriam se esperar 37 anos para aportar no cenário astronômico. Com isso, foi impossível ao famoso astrônomo analisar a "assinatura" da supernova de 1572. 
Ao longo dos últimos anos, cientistas apontaram seus potentes telescópios na direção do objeto descrito por Tycho. Sua esperança era ver os "restos" da explosão e com isso tentar interpretar o que pode ter acontecido por lá. 
Mas não deu muito certo. Então, começou a surgir a hipótese de que a supernova de Tycho fosse uma do tipo Ia, embora sem muita convicção. Até agora. Num lance de esperteza, o grupo de cientistas alemães e japoneses conseguiu "recuperar" a assinatura da antiga supernova e cravar: ela é mesmo do tipo Ia. 

Como? 

Eles detectaram o "eco" da luz originalmente gerada pela explosão. A luminosidade direta chegou até a Terra em 1572, quando Tycho a viu, mas a mesma luz pode ter encontrado outro objeto mais distante, que então a refletiu para a Terra. Com isso, ela chegou com um atraso de mais ou menos 436 anos -- justamente o que era preciso para poder ser analisada apropriadamente pelo grupo de Oliver Krause, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, e de Ken'ichi Nomoto, da Universidade de Tóquio, no Japão. 

A equipe conseguiu então extrair a tal "assinatura", a partir de observações feitas no Observatório Astronômico de Calar Alto, na Espanha, e no telescópio Subaru, no Havaí, e confirmar a identidade do astro. Além disso, a análise permitiu "revisar" a distância estimada do objeto -- e ele parece estar mais distante do que se pensava antes. Com a publicação dos resultados, na edição desta semana da revista científica "Nature, tem fim um grande mistério da ciência.
Apesar de não ter podido identificar exatamente o que era a "nova" de 1572, Tycho fez muito com o que pôde ver. Usando triangulações, ele constatou que a explosão, localizada na constelação Cassiopéia, não poderia ter estar mais próxima da Terra que a Lua. Com isso, começava a ruir o preceito aristotélico de que o céu guardava astros perfeitos e imutáveis, enquanto apenas os objetos que estivessem na chamada esfera sublunar (tudo que estivesse abaixo da Lua) pudessem experimentar modificações marcantes. 
Com a queda desse preceito, começavam a ficar evidentes as falhas do modelo antigo do mundo, que colocava a Terra no centro do universo e todo o resto ao seu redor. Era o primeiro passo para a aceitação da teoria de Nicolau Copérnico, que colocava o Sol no centro do Sistema Solar.

Nasa adia para maio missão de manutenção do Hubble



A Nasa adiou para 12 de maio o envio do ônibus espacial Atlantis para missão de manutenção do telescópio Hubble, informou a agência espacial americana. O lançamento estava previsto inicialmente para outubro deste ano, mas a unidade que coleta e envia dados à Terra a partir do Hubble estava defeituosa, pelo que os engenheiros ainda trabalham numa peça de reposição, segundo um comunicado.

Essa missão será a última a ser enviada ao Hubble, que será substituído em 2013 por outro telescópio espacial altamente sofisticado. Lançado ao espaço há 18 anos, o Hubble revolucionou a astronomia ao permitir esquadrinhar mais profundamente o universo, sem as distorções da atmosfera terrestre e está em órbita a 575 km da Terra.