sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Artigo Relaciona como o Sentido Intuitivo dos Números esta ligado com as Habilidades Matemáticas


As diferentes habilidades dos estudantes para a matemática estão muito relacionadas a um sentido intuitivo para os números, adquirido em fases evolutivas remotas, diz um artigo publicado hoje pela revista científica britânica "Nature".

A habilidade na matemática emerge de dois sistemas de representação diferentes.

O primeiro, relativo a campos como cálculo, depende de representações simbólicas que requerem aprendizagem e abstração, e por isso é único no ser humano.

O segundo, chamado de "sistema de número aproximado", é relativo às intuições numéricas mais básicas, permite a distinção de quantidades, é sustentado em um sistema que remete a épocas remotas do ser humano e está presente em adultos, crianças e alguns animais.

Com ele, os indivíduos podem calcular o número aproximado de objetos existentes sem precisar contá-los e utilizar esta capacidade para guiar seu comportamento diário.

Até agora, não se sabia se este sistema era igual em todos os indivíduos da mesma espécie ou se alguns contavam com um sistema mais preciso.

Uma equipe de pesquisa da Universidade Johns Hopkins (EUA), liderada por Justin Halberda, mostrou que realmente existem diferenças.

Além disso, descobriu que a habilidade dos estudantes para a matemática na escola vem junto com a diferente destreza de estimativa não-verbal, e não ao coeficiente intelectual ou ao talento do raciocínio visual-espacial.

Os cientistas cognitivos chegaram a estas conclusões após realizar um experimento com jovens americanos de 14 anos que deviam mostrar sua capacidade de calcular quantidades sem ter que contar com precisão.

Para isso, elas deviam dizer qual era a cor mais presente em uma tela coberta por pontos amarelos e azuis.

Os resultados foram diferentes, e os que mais acertaram foram justamente os que haviam obtido melhores notas nas provas de matemática desde o pré-escolar.

Os cientistas consideram que os resultados desta pesquisa poderiam influenciar na educação básica, a fim de melhorar as habilidades futuras em matemática. EFE

Encontraram Provas de Choque de Planetas


Cientistas americanos encontraram sinais de que dois planetas a 300 anos-luz da Terra se chocaram recentemente, de acordo com um relatório divulgado por especialistas da Califórnia (oeste dos EUA).

"É como se a Terra e Vênus se chocassem", disse o professor de Física e Astronomia da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) Benjamin Zuckerman, que participou desse trabalho, em parceria com o Instituto Tecnológico da Califórnia (CALTECH), em Pasadena, e com a Universidade Pública do Tennessee (sul).

Segundo o estudo, que será divulgado em detalhes na edição de dezembro do "Astrophysical Journal", os pesquisadores observaram uma quantidade importante e pouco comum de poeira em órbita, no entorno da estrela envolvida, "BD+20 307", na constelação de Áries, o que só pode ser resultado de um choque entre dois planetas.

De acordo com Zuckerman, em tese, é possível algo assim acontecer em nosso sistema solar.

"Muitos astrônomos pensam que nossa Lua se formou quando dois embriões de planetas - uma jovem Terra e um corpo de mais ou menos o tamanho de Marte - colidiram", completou o cientista.

China dá Mais um Grande Passo na Corrida ESPACIAL


A China lançou na manhã desta quinta-feira (horário de Brasília) o seu terceiro vôo espacial tripulado. O Shenzhou VII partiu da base de Gansu com três taiconautas (como os chineses chamam os astronautas) a bordo. A missão terá a primeira caminhada espacial de um chinês na História.

O feito que impulsiona a China na corrida para o domínio da tecnologia espacial será de apenas um dos astronautas: Zhai Zhigang, militar que é um antigo membro do Partido Comunista da China.

Zhai deverá desempenhar Atividades Extra-Veículares (AEV), no jargão técnico, para executar uma experiência científica e supervisionar o lançamento de um satélite.

O Shenzhou VII vai orbitar a 343 quilômetros de distância da Terra, em trajetória quase circular.

A missão histórica vem sendo motivo de orgulho nacional na China e tendo grande destaque na mídia estatal e na internet local. Mais de 10 mil pessoas, entre engenheiros, cientistas e operários, em várias bases de lançamento e de controle aeroespacial da China, estão envolvidas na missão. Especialistas russos também trabalham na missão.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Nasa Descobre nova Mancha no SOL


Uma imagem captada pela Nasa (agência espacialamericana) e divulgada na terça-feira mostra uma nova mancha - na parte superior, à direita - na superfície do Sol. Segundo cientistas, o fenômeno indica mudança de orientação magnética e que o Sol está entrando em um novo ciclo, chamado "Ciclo 24". A imagem foi obtida por um telescópio do Observatório Heliosférico e Solar (Soho) da Nasa.

Desativado o Acelerador de Partículas


O grande colisor de partículas construído para simular as condições do Big Bang não será reativado até o a primavera (outono no Brasil) de 2009, depois de um defeito técnico no fim de semana, informou o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), nesta terça-feira.

Um vazamento de hélio no túnel onde fica a maior e mais complexa máquina já construída forçou o Cern a fechar o Grande Colisor de Hádrons (LHC) no sábado, apenas 10 dias após de entrar em operação.

O diretor-geral do Cern, Robert Aymar, disse que o problema era um golpe psicológico depois do bem sucedido início das operações do LHC, que foi preparado cuidadosamente durante anos por equipes científicas da mais alta qualificação.

"Não tenho dúvida de que superaremos esse empecilho com aplicação e rigor semelhantes", afirmou Aymar em nota.

A causa mais provável do vazamento de hélio para o túnel de 27 quilômetros que abriga o LHC, na fronteira França e Suíça, é uma conexão elétrica defeituosa entre dois dos grandes ímãs do acelerador, informou o Cern.

Um dos resultados mais aguardados desse experimento é descobrir o hipotético Bóson de Higgs, partícula que seria responsável por dar massa a todas as outras. A "partícula de Deus", como é chamada, teria surgido nos primeiros momentos do Universo. Ao recriar as condições imediatamente surgidas após o Big Bang no superacelerador, os cientistas acreditam que será possível detectá-la

- Se encontrado, nós não apenas explicamos a origem das massas das partículas, mas passamos para outra fase da pesquisa. Mas se o Bóson não for encontrado, o experimento se provará tão ou mais excitante - disse Santoro.

O projeto, que demorou 20 anos e custou 4 bilhões de euros para se concretizar, tornou-se operacional neste mês, quando os físicos conseguiram fazer circular com sucesso as primeiras partículas pelo túnel.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Encontraram o Telescópio de EINSTEIN


Quando o cientista Albert Einstein doou seu telescópio à Universidade Hebraica de Jerusalém, dificilmente pensou que acumularia pó durante décadas em um porão até ser descoberto por um apaixonado por seu legado. O Prêmio Nobel de Física ordenou, em vida, a doação de todos os seus estudos, incluindo os da teoria da relatividade, a este centro acadêmico, que ostenta, atualmente, os direitos autorais sobre os mesmos.

Também fez o mesmo, junto com outros artefatos, com seu telescópio, incluindo nos registros da universidade que ninguém se incomodou em consultar durante décadas, segundo relata em sua edição de hoje o jornal israelense "Yedioth Ahronoth".

Einstein tinha recebido o telescópio de Zvi Gezri, um colega do físico que ele conheceu na Universidade de Princeton (Estados Unidos). Durante mais de dez anos, o instrumento permaneceu armazenado no edifício do planetário da universidade em Jerusalém, que está em desuso. Isso ocorreu até que Eshel Ophir, diretor do Centro Belmonte de Ciências de Laboratório da Universidade Hebraica, começou a buscar o objeto, encontrando-o, por fim.

"Sabia que tínhamos o telescópio que Einstein doou à escola e sempre tinha me perguntado o que tinha acontecido com ele", explicou Eshel ao jornal. "Um dos locais onde decidi buscar foi no antigo edifício do planetário. Estava, literalmente, colocando ordem entre os escombros quando o encontrei", lembra.

Estava entre os escombros

Agora, o autor da descoberta espera que o telescópio represente uma "oportunidade para os jovens estudantes de entrar em contato direto com o legado deste grande homem", cuja "curiosidade não tinha limites".

A Fundação Jerusalém e o centro científico Joseph Meyerhoff da cidade santa forneceram fundos para a restauração do instrumento que pertenceu ao pai da Teoria da Relatividade.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O Nascimento dos bebês tem alguma Relação com A LUA?


São muitas as crenças populares que relacionam as fases da Lua com acontecimentos terrenos. Não poderiam faltar aquelas que se referem ao nascimento de bebês. É comum ouvir-se afirmações tais como: "Nascem mais bebês nos dias de mudança de fase da Lua!" ou "Nascem mais bebês na Lua Cheia!". Recentemente escutei um programa radiofônico no qual uma astróloga usou o seguinte argumento: "Se a Lua é capaz de agir nas enormes massas de água dos oceanos, como ela não teria efeito sobre os líquidos no útero da mãe ou sobre outros fluidos corporais, influenciando no crescimento dos nossos cabelos?". Sem dúvida, um persuasivo argumento, especialmente para quem desconhece como as marés ocorrem. As pessoas sabem que as marés existem; muitas já as observaram no mar, nunca, porém, em uma bacia ou em um açude.
Desde Isaac Newton (1643 – 1727) sabe-se que as marés são devidas às forças de atração gravitacional da Lua e do Sol sobre a Terra; os efeitos de maré causados pela Lua são um pouco mais do dobro daqueles causados pelo Sol. As marés ocorrem porque o campo gravitacional, que tanto a Lua quanto o Sol exercem sobre pontos diferentes da Terra, é variável em intensidade e orientação. Essa variação se deve ao fato de que o raio da Terra não é desprezível frente às distâncias ao centro de qualquer um dos dois astros. As águas oceânicas, que se estendem por amplas regiões da Terra, acabam sofrendo diferentes atrações gravitacionais pela Lua ou pelo Sol, o que vem a ocasionar as marés. Mas não há efeito de maré em uma região com volume tão pequeno quanto o de uma bacia (ou até mesmo o de um açude), pois distintos pontos dessa região estão eqüidistantes do astro atrator. Da mesma forma, os líquidos no útero da mãe (ou no bulbo capilar) não sofrem efeitos de maré. Adicionalmente, cabe notar que as maiores marés ocorrem em Lua Cheia e em Lua Nova, quando a Lua e o Sol estão quase alinhados com a Terra e a composição das duas forças de maré resulta ser máxima; na Lua Minguante ou na Crescente, as marés são menores. Entretanto, as marés acontecem em qualquer dia e não apenas nos dias das fases principais da Lua (que o vulgo denomina dia da mudança de fase). Conclui-se então que, se realmente nascessem mais bebês nos dias das quatro fases principais, tal fato não poderia ser atribuído aos efeitos de maré.
A fim de encontrar indícios a favor ou contra a tão difundida crença popular de relação entre nascimentos de crianças e as fases da Lua, utilizei dados dos arquivos sobre candidatos a concursos vestibulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A partir das datas de nascimento dos candidatos, e com auxílio de tabelas de lunação fornecidas pelo Observatório Nacional, determinei em que dia do mês lunar cada candidato havia nascido. Um total de 93124 datas de nascimento constituem este estudo; 90% desses candidatos nasceram entre 1967 e 1983. Os restantes 10% nasceram entre 1930 e 1967.
O gráfico de barras representa o número de nascimentos nos dias das fase principais da Lua (Nova, Crescente, Cheia e Minguante), bem como nos três dias anteriores (-3, -2 e -1) e nos três dias posteriores (+1, +2 e +3) a cada mudança.
Gráfico do número de nascimentos em função do dia do mês lunar.
Observa-se no gráfico que o número de nascimentos oscila em torno de 3300 por dia. O extremo superior no número de nascimentos ocorre no dia posterior à Lua Nova (3425 nascimentos); o inferior acontece três dias antes da Lua Cheia (3210 nascimentos). Um teste de significância estatística permite concluir que as diferenças no número de nascimentos ao longo do mês lunar estão dentro dos limites atribuíveis ao acaso (2 = 24,93; p = 0,579). Ou seja, não há nenhuma evidência nesses dados de que em algum dia do mês lunar nasçam mais ou menos bebês do que em outro, além das flutuações que podem ocorrer por mero acaso.
Dessa forma, o resultado do estudo contradiz a alegação que nos dias das quatro fases principais da Lua aumenta o número de nascimentos. Serão verdadeiras as outras tantas influências atribuídas à Lua pela sabedoria popular?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sonda Européia Tenta Desvendar a origem dos Planetas


A Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) obteve, neste sábado, as primeiras imagens de um asteróide entre Marte e Júpiter numa missão que pretende ajudar cientistas a entender as origens dos planetas do Sistema Solar. A sonda Rosetta completou na sexta-feira sua rota entorno do asteróide Steins, que tem pouco menos de cinco quilômetros de diâmetro, e enviou as imagens para o centro de controle de Darmstadt, na Alemanha. A sonda foi lançada em 2004 para, pela primeira vez na história, seguir a órbita de um cometa. A Rosetta deve se encontrar com o cometa Churiumov-Gerasimenko em 2014.
Segundo o principal pesquisador do sistema de imagem do Instituto Max Planck em Lindau, na Alemanha, Uwe Keller, "Steins parece um diamante no céu". O asteróide, que está a 360 milhões de quilômetros da Terra, foi o primeiro alvo da sonda em sua longa missão. Segundo a ESA, através do estudo de corpos celestes menores, como os asteróides, a agência está abrindo um novo caminho para conhecer a história do universo.
- Steins pode ser pequeno, mas estamos fazendo grande ciência aqui - disse David Southwood, diretor da ESA. - Quanto mais conhecermos os diferentes tipos de asteróides, melhor vamos entender nossas origens no espaço.
Southwood acrescentou que com este conhecimento cientistas também esperam poder evitar ameaças de asteróides à Terra. Segundo a ESA, as imagens de Rosetta mostraram diversas pequenas crateras na superfície do asteróide e outras duas grandes - uma delas de dois quilômetros de diâmetro - indicando que ele deve ser bastante antigo.
A partir das imagens, cientistas tentarão entender por que Steins é mais brilhante que o comum. O pequeno asteróide pertence a um tipo que provavelmente é originado de outros grandes asteróides, destruídos no início da história do Sistema Solar.
Até agora, sabe-se que existem pelo menos 14 tipos diferentes de asteróides no chamado cinturão principal de asteróides, que está entre Marte e Júpiter. A sonda Galileo, da Nasa, foi a primeira a encontrar um asteróide, em outubro de 1991.

Cientistas Brasileiros Participan Efetivamente no LHC


Alguns dos sistemas do superacelerador de partículas acionado na quarta-feira para simular o momento da criação do Universo foram desenvolvidos com a colaboração de cientistas brasileiros. Pesquisadores da Coppe/UFRJ, por exemplo, atuaram em estudos de calorimetria, filtragem de dados e computação, além de terem ajudado a construir circuitos para registrar o choque entre prótons que vai tentar reproduzir o Big Bang num anel de 27 quilômetros de circunferência, a cem metros de profundidade, na fronteira da França com a Suiça.
- Quando começamos no projeto, há 20 anos, não havia tecnologias de detecção e de eletrônica para experimentos que começam agora - diz o professor José Manoel Seixas, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe e um dos coordenadores do grupo de brasileiros que atua na Organização Européia de Pesquisa Nuclear (Cern), responsável pelo projeto do acelerador Large Hadron Collider (LHC, na sigla em inglês).


Seixas diz que a integração de cientistas de todo o mundo proporcionou o desenvolvimento de tecnologias em diversos setores, além do projeto, como diagnóstico médico, sistema financeiro e gerência de informações. Cerca de dez mil cientistas de 180 instituições de pesquisa em 50 países participam da experiência, que busca encontrar a origem das massas das partículas e decifrar a origem do Universo.
- A troca de conhecimento e a cooperação científica no desenvolvimento do LHC estimulou a pesquisa de novas técnicas de detecção, processamento de sinais e análises de dados - diz Seixas.
Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também participam do ambicioso projeto e comemoraram a conclusão bem-sucedida do primeiro teste. Críticos que tentaram impedir o acionamento do LHC temiam a formação de um buraco negro - uma força gravitacional tão forte que engoliria o universo. Mas cientistas provaram que esse é um processo natural que não ameaça.
"Esses processos que a gente vai criar aqui em laboratório de forma controlada ocorrem o tempo todo, em escalas de energia muito maiores do que a gente consegue realizar aqui no laboratório e com uma freqüência muito maior também na natureza. Certamente o universo está aí há bilhões de anos e não foi destruído até hoje", explicou o físico André Sznajder, da Uerj e da Cern. A previsão é de que os resultados sejam divulgados apenas no ano que vem. Os primeiros choques de prótons - uma das partículas que formam o átomo - só devem acontecer em alguns meses. Na fração de segundo que se segue a esta explosão, os prótons dever ser divididos em partículas muito menores. Algumas nunca puderam ser vistas, embora sejam a base teórica da física de partículas.
Entre elas, está o Bóson de Higgs, também chamado de "A partícula de Deus", que seria a responsável pela criação da matéria. A comprovação de sua existência ajudaria a explicar por que as massas são tão diversas.
- O principal objetivo é encontrar o Higgs - diz o brasileiro Alberto Santoro, coordenador do grupo da Uerj que participa da experiência.