O professor Cesare Mansueto Giulio Lattes bacharelou-se, aos 19 anos, em Física, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, no ano de 1943. Tive o privilégio de conviver com o professor Lattes no período de 1964 a 1967, como seu assistente na cadeira de Física Superior do Departamento de Física da USP, quando pude observar o seu extraordinário talento para a "filosofia natural", e, de um modo especial, para a física experimental.
Juntamente com os professores G. P. S. Occhialini, italiano, e C. F. Powell, inglês, César Lattes descobriu o méson pi em 1947, usando chapas fotográficas espessas expostas à radiação cósmica, radiação esta que consiste no bombardeio permanente de partículas energéticas vindas do espaço cósmico e que são bloqueadas pela atmosfera terrestre, de modo que são melhor detectadas no alto das montanhas. Essa descoberta foi fundamental para a compreensão das forças que atuam no interior do núcleo atômico.
Até então somente eram conhecidos o próton, de carga elétrica positiva, e o nêutron, sem carga elétrica, os quais eram tidos como os únicos componentes do núcleo do átomo, em torno do qual gravitam os elétrons. Mas como no interior do núcleo atômico só existem cargas elétricas positivas (dos prótons), e cargas iguais se repelem, era um mistério o fato de o núcleo atômico não explodir, e, bem ao contrário, permanecer perfeitamente estável, com poucas exceções, como o urânio e outros elementos radioativos.
Não fosse assim, não haveria matéria estável, e nós mesmos não estaríamos aqui para conversar! Era pois necessário haver entre as partículas do núcleo uma outra força, de natureza atrativa porém não eletromagnética, que compensasse a repulsão eletrostática entre os prótons.
César Lattes, com a descoberta experimental do méson pi, mostrou que no interior do núcleo atômico existem de fato outras partículas, além dos prótons e nêutrons, potencialmente capazes de exercer forças de atração, e, assim, compensar a repulsão eletrostática entre os prótons. Com isto foi aberto o caminho para se entender a estabilidade dos elementos. Não é difícil entender o alcance desta descoberta.
De fato, César Lattes descobriu o méson pi na radiação cósmica, usando chapas fotográficas espessas (emulsões nucleares) expostas à radiação cósmica no alto de montanhas, inicialmente nos Pirineus e, mais tarde, em maiores altitudes, no monte Chacaltaia, nos Andes bolivianos.
Foi Lattes quem caracterizou o traço, a "assinatura" da nova partícula nas emulsões nucleares, e determinou a sua massa. Posteriormente César Lattes confirmou a existências destas partículas sub-nucleares, produzindo-as artificialmente no acelerador de partículas da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
Pela descoberta, Cecil Powell - então chefe da equipe de emulsões nucleares da Universidade de Bristol, no Reino Unido, onde tudo começou - recebeu em 1950 o Prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini não foram premiados, juntamente com Powell, porque nessa época somente o líder do grupo de pesquisas recebia esta honraria. Somente a partir de 1960 essa política foi alterada.
O professor Lattes, devido à sua descoberta do méson pi, é considerado o mais importante físico brasileiro do século 20; o cientista brasileiro mais conhecido no exterior e, talvez, o único cujo nome é lembrado pelo povo; teve participação decisiva na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio, e do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
Juntamente com os professores G. P. S. Occhialini, italiano, e C. F. Powell, inglês, César Lattes descobriu o méson pi em 1947, usando chapas fotográficas espessas expostas à radiação cósmica, radiação esta que consiste no bombardeio permanente de partículas energéticas vindas do espaço cósmico e que são bloqueadas pela atmosfera terrestre, de modo que são melhor detectadas no alto das montanhas. Essa descoberta foi fundamental para a compreensão das forças que atuam no interior do núcleo atômico.
Até então somente eram conhecidos o próton, de carga elétrica positiva, e o nêutron, sem carga elétrica, os quais eram tidos como os únicos componentes do núcleo do átomo, em torno do qual gravitam os elétrons. Mas como no interior do núcleo atômico só existem cargas elétricas positivas (dos prótons), e cargas iguais se repelem, era um mistério o fato de o núcleo atômico não explodir, e, bem ao contrário, permanecer perfeitamente estável, com poucas exceções, como o urânio e outros elementos radioativos.
Não fosse assim, não haveria matéria estável, e nós mesmos não estaríamos aqui para conversar! Era pois necessário haver entre as partículas do núcleo uma outra força, de natureza atrativa porém não eletromagnética, que compensasse a repulsão eletrostática entre os prótons.
César Lattes, com a descoberta experimental do méson pi, mostrou que no interior do núcleo atômico existem de fato outras partículas, além dos prótons e nêutrons, potencialmente capazes de exercer forças de atração, e, assim, compensar a repulsão eletrostática entre os prótons. Com isto foi aberto o caminho para se entender a estabilidade dos elementos. Não é difícil entender o alcance desta descoberta.
De fato, César Lattes descobriu o méson pi na radiação cósmica, usando chapas fotográficas espessas (emulsões nucleares) expostas à radiação cósmica no alto de montanhas, inicialmente nos Pirineus e, mais tarde, em maiores altitudes, no monte Chacaltaia, nos Andes bolivianos.
Foi Lattes quem caracterizou o traço, a "assinatura" da nova partícula nas emulsões nucleares, e determinou a sua massa. Posteriormente César Lattes confirmou a existências destas partículas sub-nucleares, produzindo-as artificialmente no acelerador de partículas da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
Pela descoberta, Cecil Powell - então chefe da equipe de emulsões nucleares da Universidade de Bristol, no Reino Unido, onde tudo começou - recebeu em 1950 o Prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini não foram premiados, juntamente com Powell, porque nessa época somente o líder do grupo de pesquisas recebia esta honraria. Somente a partir de 1960 essa política foi alterada.
O professor Lattes, devido à sua descoberta do méson pi, é considerado o mais importante físico brasileiro do século 20; o cientista brasileiro mais conhecido no exterior e, talvez, o único cujo nome é lembrado pelo povo; teve participação decisiva na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio, e do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
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