A resposta está ligada a um fato astronômico notável: a Terra não dá uma volta ao redor do Sol em exatos 365 dias. Ela gasta 365 dias mais um pouquinho.
Na prática isso significa que, depois de alguns anos, como efeito cumulativo desta “sobra” temporal, as estações do ano vão ficando defasadas e o calendário bagunçado, a não ser que correções sejam feitas. Os anos bissextos são, portanto, correções no calendário.
:: A Primeira correção deste erro
O Calendário Juliano, implantado em 45a.C. pelo imperador romano Julio César, sugeria que a duração verdadeira do período de translação da Terra ao redor do Sol(1) seria de 365,25 dias, ou seja, 365 dias mais uma “sobra” de 0,25 dia correspondente a 1/4 de dia ou 6h.
Assim, a cada quatro anos teríamos acumulados 4 x 6 = 24h, equivalente a 1 dia para ser acrescentado ao calendário para não bagunçar o início das estações tão importantes para a agricultura naquela época. E assim foi feito. E o mês de fevereiro, a cada quatro anos, passou a contar com 29 e não apenas 28 dias.
Não fosse tal correção, teríamos a cada 360 anos uma defasagem de 90 dias (360 x 0,25 dia = 90 dias). Seriam 3 meses de erro, ou seja, todas as estações do ano estariam atrasadas em 3 meses. Imagine, como efeito colateral deste erro, o inverno começando no outono! Que bagunça! E em 720 anos teríamos o dobro do erro, ou seja, 180 dias, 6 meses de defasagem, com o inverno começando no verão! Somente em 1.440 anos, com uma defasagem total de 12 meses, ou seja, um ano, o calendário voltaria a ficar correto. Mas não dá para esperar quase um milênio e meio para que as datas de início das estações se acertem sozinhas, dá?
:: A segunda correção
Mesmo sem o auxílio de telescópios, que surgiram das mãos de Galileu Galilei (1564-1642) em 1609(2), observações astronômicas muito mais precisas do que as da época de Julio César deram conta de que o ano é um pouco mais curto do que 365,2425 dias e dura 365,242199 dias (exatamente 365 dias + 5 h + 48 min + 47 s).
Logo, o Calendário Juliano também acabava cometendo um erro cumulativo, bem menor mas que, a longo prazo, também acabaria bagunçando o calendário.
É fácil calcular este novo erro no Calendário Juliano. Veja: 365,242199 – 365,25 = 0,00781 dia. Note que 1 / 0,00781 = 128. Em outras palavras, em 128 anos haveria um erro de 1 dia no Calendário Juliano!
Em 1582 o Papa Gregório XIII sugeriu um novo calendário, ainda aproximado, mas com erro bem menor. Este novo calendário ficou conhecido, em sua homenagem, como Calendário Gregoriano.
O Calendário Gregoriano estava de acordo com o Primeiro Concílio de Nicéia que ocorreu durante o reinado do imperador romano Constantino I, o primeiro a aderir ao cristianismo em 325 d.C. O Primeiro Concílio de Nicéia, dentre outras coisas, homologou uma forma de calcular a data da Páscoa cristã para que caísse em data diferente da Páscoa judaica. Mero interesse da Igreja.
Do ano 325 até o ano 1582 passaram-se 1.582 – 325 = 1.257 anos. Com um erro de 0,00781 dia por ano no Calendário Juliano, estimou-se uma defasagem de 1257 x 0,00781 = 9,8 dias que foi aproximada para 10 dias. No novo Calendário Gregoriano, 10 dias foram cortados do mês de outubro de 1582 para corrigir o erro acumulado do Calendário Juliano.
Corrigida esta defasagem acumulada em 1.257 anos, passou-se a adotar o valor de 365,2425 dias como o valor do ano. Mas a duração verdadeira do ano é de 365,242199 dias. Fazendo 365,242199 – 365,2425 = 0,000301 dia vemos que o erro ainda existe neste novo calendário. Mas agora é muito menor. Observe que 1/0,000301 = 3322, ou seja, uma defasagem de apenas 1 dia a cada 3.322 anos. Na prática o Calendário Gregoriano corrigiu um erro acumulado ao longo de 1.257 anos e “empurrou com a barriga” um novo erro para ser corrigido lá na frente, 3.322 anos depois!
Na prática isso significa que, depois de alguns anos, como efeito cumulativo desta “sobra” temporal, as estações do ano vão ficando defasadas e o calendário bagunçado, a não ser que correções sejam feitas. Os anos bissextos são, portanto, correções no calendário.
:: A Primeira correção deste erro
O Calendário Juliano, implantado em 45a.C. pelo imperador romano Julio César, sugeria que a duração verdadeira do período de translação da Terra ao redor do Sol(1) seria de 365,25 dias, ou seja, 365 dias mais uma “sobra” de 0,25 dia correspondente a 1/4 de dia ou 6h.
Assim, a cada quatro anos teríamos acumulados 4 x 6 = 24h, equivalente a 1 dia para ser acrescentado ao calendário para não bagunçar o início das estações tão importantes para a agricultura naquela época. E assim foi feito. E o mês de fevereiro, a cada quatro anos, passou a contar com 29 e não apenas 28 dias.
Não fosse tal correção, teríamos a cada 360 anos uma defasagem de 90 dias (360 x 0,25 dia = 90 dias). Seriam 3 meses de erro, ou seja, todas as estações do ano estariam atrasadas em 3 meses. Imagine, como efeito colateral deste erro, o inverno começando no outono! Que bagunça! E em 720 anos teríamos o dobro do erro, ou seja, 180 dias, 6 meses de defasagem, com o inverno começando no verão! Somente em 1.440 anos, com uma defasagem total de 12 meses, ou seja, um ano, o calendário voltaria a ficar correto. Mas não dá para esperar quase um milênio e meio para que as datas de início das estações se acertem sozinhas, dá?
:: A segunda correção
Mesmo sem o auxílio de telescópios, que surgiram das mãos de Galileu Galilei (1564-1642) em 1609(2), observações astronômicas muito mais precisas do que as da época de Julio César deram conta de que o ano é um pouco mais curto do que 365,2425 dias e dura 365,242199 dias (exatamente 365 dias + 5 h + 48 min + 47 s).
Logo, o Calendário Juliano também acabava cometendo um erro cumulativo, bem menor mas que, a longo prazo, também acabaria bagunçando o calendário.
É fácil calcular este novo erro no Calendário Juliano. Veja: 365,242199 – 365,25 = 0,00781 dia. Note que 1 / 0,00781 = 128. Em outras palavras, em 128 anos haveria um erro de 1 dia no Calendário Juliano!
Em 1582 o Papa Gregório XIII sugeriu um novo calendário, ainda aproximado, mas com erro bem menor. Este novo calendário ficou conhecido, em sua homenagem, como Calendário Gregoriano.
O Calendário Gregoriano estava de acordo com o Primeiro Concílio de Nicéia que ocorreu durante o reinado do imperador romano Constantino I, o primeiro a aderir ao cristianismo em 325 d.C. O Primeiro Concílio de Nicéia, dentre outras coisas, homologou uma forma de calcular a data da Páscoa cristã para que caísse em data diferente da Páscoa judaica. Mero interesse da Igreja.
Do ano 325 até o ano 1582 passaram-se 1.582 – 325 = 1.257 anos. Com um erro de 0,00781 dia por ano no Calendário Juliano, estimou-se uma defasagem de 1257 x 0,00781 = 9,8 dias que foi aproximada para 10 dias. No novo Calendário Gregoriano, 10 dias foram cortados do mês de outubro de 1582 para corrigir o erro acumulado do Calendário Juliano.
Corrigida esta defasagem acumulada em 1.257 anos, passou-se a adotar o valor de 365,2425 dias como o valor do ano. Mas a duração verdadeira do ano é de 365,242199 dias. Fazendo 365,242199 – 365,2425 = 0,000301 dia vemos que o erro ainda existe neste novo calendário. Mas agora é muito menor. Observe que 1/0,000301 = 3322, ou seja, uma defasagem de apenas 1 dia a cada 3.322 anos. Na prática o Calendário Gregoriano corrigiu um erro acumulado ao longo de 1.257 anos e “empurrou com a barriga” um novo erro para ser corrigido lá na frente, 3.322 anos depois!
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